Minas interdita aparelhos de glicemia após denúncias e alerta de deputado
Equipamentos da marca OKPro apresentaram falhas após análise técnica; compra emergencial foi anunciada pela Secretaria de Saúde
Por Plox
21/07/2025 19h00 - Atualizado há 9 dias
Cerca de um ano após o deputado estadual Betão (PT) solicitar oficialmente uma análise técnica sobre a qualidade dos glicosímetros usados em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde decidiu interditar os aparelhos da marca OKPro, que estavam sendo distribuídos via Sistema Único de Saúde (SUS).

A medida foi tomada após laudos do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) identificarem falhas tanto nos aparelhos quanto nas tiras reagentes. Os defeitos comprometem a precisão dos resultados, colocando em risco o acompanhamento de pacientes com diabetes. Segundo a Secretaria, a decisão é preventiva e visa garantir a segurança dos usuários.
Esses equipamentos haviam sido adquiridos em 2023, após a empresa fornecedora vencer uma licitação e apresentar toda a documentação exigida, incluindo registro na Anvisa e certificados técnicos. No entanto, relatos de falhas vieram de diferentes estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, levantando suspeitas que acabaram motivando a solicitação de testes independentes pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
O requerimento apresentado por Betão à Comissão de Saúde da ALMG pedia que os produtos fossem submetidos a uma verificação externa antes de serem entregues à população. O pedido baseava-se em divergências constatadas entre os resultados dos glicosímetros e exames laboratoriais.
Com a interdição, a Secretaria de Saúde anunciou medidas emergenciais para evitar a desassistência. Entre as ações estão a compra emergencial de novos aparelhos e insumos, o uso de contratos municipais já existentes para suprir a demanda e a articulação com prefeituras para identificar o número de pessoas afetadas pela falha.
“A interdição é uma medida preventiva para garantir a segurança dos pacientes”, afirmou a pasta, destacando que novas informações serão divulgadas à medida que os testes sanitários forem finalizados.
A situação gerou preocupação entre profissionais da saúde e usuários do SUS, principalmente aqueles que dependem do controle contínuo da glicemia. A Secretaria reforça que está empenhada em normalizar o fornecimento o quanto antes, garantindo qualidade e confiança no monitoramento dos níveis de glicose.