Moraes exige explicação de Bolsonaro por vídeos nas redes
Ministro do STF estipula prazo de 24 horas para defesa do ex-presidente se manifestar, sob risco de prisão
Por Plox
21/07/2025 22h52 - Atualizado há 3 dias
O ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), deu início a uma nova ofensiva contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estabelecendo um prazo de 24 horas para que sua defesa se manifeste a respeito do descumprimento de medidas cautelares impostas pela Corte.

A decisão foi motivada pela divulgação, nesta segunda-feira (21), de entrevistas concedidas por Bolsonaro na Câmara dos Deputados, cujos vídeos e áudios começaram a circular pelas redes sociais — algo que foi proibido explicitamente por decisão anterior de Moraes, datada de sexta-feira (18). As cautelares impedem a concessão ou veiculação de entrevistas por parte do ex-presidente, bem como a publicação desses conteúdos por terceiros.
Em sua manifestação, Moraes escreveu:
“INTIMEM-SE os advogados regularmente constituídos por JAIR MESSIAS BOLSONARO para, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, prestarem esclarecimentos sobre o descumprimento das medidas cautelares impostas, sob pena de decretação imediata da prisão do réu”
.
Na ocasião, Bolsonaro esteve presente na Câmara dos Deputados, conversou com a imprensa e mostrou sua tornozeleira eletrônica, alegando estar sendo vítima de injustiça. “Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou ele aos jornalistas.
Moraes, que é o relator das ações relacionadas ao ex-presidente no STF, reforçou que a proibição não se limita a publicações feitas pelo próprio Bolsonaro, mas se estende a compartilhamentos feitos por aliados ou apoiadores. O novo despacho foi emitido como complemento à decisão anterior, detalhando que a restrição também inclui transmissões ao vivo e qualquer tipo de disseminação de conteúdo audiovisual relacionado ao ex-presidente.
Caso os advogados não apresentem justificativas dentro do prazo estipulado, Bolsonaro poderá ter sua prisão decretada, conforme o aviso de Moraes. A escalada da pressão jurídica sobre o ex-presidente segue em ritmo acelerado, e a decisão reforça a vigilância sobre qualquer tentativa de violar as medidas judiciais em vigor.
A situação segue sendo monitorada de perto pelo STF, enquanto a defesa do ex-presidente corre contra o tempo para tentar evitar consequências ainda mais graves.