Queimadas na Amazônia provocam fumaça que atinge Minas Gerais e mais nove Estados

Poluentes chegam ao Sul e Sudeste, elevando os riscos para a saúde pública

Por Plox

21/08/2024 09h27 - Atualizado há 11 meses

A intensificação das queimadas na Amazônia e no Pantanal, impulsionada por mudanças climáticas, tem provocado uma situação alarmante em diversas regiões do Brasil. Cidades em dez estados, incluindo Minas Gerais, enfrentam uma drástica queda na qualidade do ar devido à fumaça densa, o que aumenta os riscos de doenças respiratórias e alergias na população.

Concentração de poluentes se espalha pelo país

Imagens do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos revelam uma preocupante concentração de monóxido de carbono, que se estende do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, abrangendo também países vizinhos como Peru, Bolívia e Paraguai. Este fenômeno vem sendo monitorado de perto, especialmente após o alerta feito pelo Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre os cuidados necessários para proteger a saúde das pessoas expostas à fumaça.

Focos de incêndio se concentram no Amazonas e Pará

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), os incêndios na Amazônia estão predominantemente concentrados no sul do Amazonas e nas proximidades da Rodovia Transamazônica (BR-230). O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou que "Amazonas e Pará concentram, juntos, mais da metade (51,6%) dos focos de incêndio registrados no bioma de 1º de janeiro a 18 de agosto de 2024”. Desde o início de julho, impressionantes 67,2% dos focos estão localizados nesses dois estados.

Extensão da área devastada

O impacto das queimadas é devastador. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ) indicam que, em 2024, o fogo já consumiu 3,2 milhões de hectares da Amazônia, correspondendo a 0,77% do bioma. No Pantanal, a situação é ainda mais crítica, com quase 1,9 milhão de hectares devastados, o que representa 12,5% do território.

Alerta de perigo extremo no Pantanal

O Sistema de Alarmes do Lasa-UFRJ emitiu um alerta de perigo extremo para a Bacia do Paraguai, no Pantanal, prevendo condições climáticas adversas que dificultam o combate aos incêndios, inclusive por meios aéreos, até a próxima quinta-feira (22). A alta velocidade de propagação do fogo coloca a região em uma situação crítica.

Operações de combate aos incêndios

Para enfrentar a situação, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) mobilizou 1.489 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) na Amazônia. Desde o dia 24 de julho, 98 incêndios foram extintos, mas 75 ainda estão ativos, com potencial de gerar milhares de focos de calor.

Esforços no Pantanal

No Pantanal de Mato Grosso, as operações contam com 348 brigadistas do Ibama e ICMBio, além de 454 militares das Forças Armadas, 95 da Força Nacional e mais dez agentes da Polícia Federal. Das 98 áreas de incêndio identificadas, 50 foram extintas e 46 continuam ativas, sendo que 27 delas estão sob controle.

Recursos e estratégias de combate

O governo federal, por meio de uma sala de situação, coordena a resposta aos incêndios desde junho. Na Amazônia Legal, foram alocados R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para apoiar as guarnições dos Corpos de Bombeiros estaduais. Já no Pantanal, foi liberado um crédito extraordinário de R$ 137,6 milhões, além de R$ 13,4 milhões adicionais destinados ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para assistência humanitária e combate aos incêndios florestais.

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