Eduardo Bolsonaro declara apoio a Malafaia após críticas reveladas pela PF

Deputado afirma estar ao lado do pastor mesmo após divulgação de áudios com ofensas pessoais; PF investiga ambos por coação e obstrução

Por Plox

21/08/2025 07h34 - Atualizado há 3 dias

Durante a noite da última quarta-feira (20), Eduardo Bolsonaro, deputado federal atualmente licenciado pelo PL, se manifestou em apoio ao pastor Silas Malafaia, mesmo após a divulgação de áudios comprometedores em que o líder religioso o ofende duramente. As declarações vieram após a revelação do relatório final da Polícia Federal, que apura suposta tentativa de golpe de Estado.


Imagem Foto: Divulgação


Os áudios em questão, obtidos pela PF, mostram o pastor criticando duramente Eduardo em conversas com Jair Bolsonaro. Nas mensagens, Malafaia se referiu ao deputado como “babaca”, “idiota” e “estúpido de marca maior”, demonstrando descontentamento com a atuação do parlamentar frente às sanções impostas pelo governo de Donald Trump ao Brasil.



Mesmo diante das ofensas, Eduardo Bolsonaro divulgou um vídeo em suas redes sociais em que minimiza as críticas e reforça sua aliança com o pastor. No registro, ele afirma que os áudios teriam sido vazados seletivamente para gerar desgaste político, tanto para ele quanto para Malafaia. “Pastor, tamo junto! O senhor está sofrendo os últimos atos desse regime”, declarou, atribuindo os ataques à “situação de desespero” dos opositores.


“O senhor é igual a mim e está preocupado com o Brasil e com os brasileiros”

, completou Eduardo.

No mesmo dia, o senador Flávio Bolsonaro, irmão de Eduardo, também saiu em defesa de Malafaia após as ações da PF. Em sua publicação, ele criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes, dizendo: “Até quando Moraes continuará arrastando o Brasil para a desgraça? Somos todos Malafaia”.



Os áudios vieram à tona após a Polícia Federal executar uma operação que teve como alvo o pastor Silas Malafaia. Ele foi abordado por agentes no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, logo após desembarcar de um voo vindo de Lisboa. Os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão de seus celulares, medida autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, no âmbito de um inquérito que investiga a obstrução de Justiça e tentativa de golpe.


Além disso, Malafaia foi proibido de sair do país e de manter contato com outros investigados. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, as atitudes do pastor em conjunto com Jair Bolsonaro “caracterizam claros e expressos atos executórios” dos crimes sob investigação.



Paralelamente, o mesmo inquérito resultou no indiciamento de Jair Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. Conforme consta na decisão, o ex-presidente teria violado medidas cautelares ao produzir conteúdos que incitam ataques ao STF, usando as redes sociais dos filhos e aliados.


O relatório da PF ainda destaca que as conversas entre Malafaia e Bolsonaro expõem desavenças entre os dois sobre como se posicionar diante das sanções aplicadas pelos EUA ao Brasil. Apesar disso, publicamente, o alinhamento entre os envolvidos foi reforçado após a operação.



No conteúdo das mensagens obtidas pelos investigadores, Malafaia dizia: “DESCULPA PRESIDENTE! Esse seu filho Eduardo é um babaca, inexperiente que está dando a Lula e a esquerda o discurso nacionalista e ao mesmo tempo te ferrando. Um estúpido de marca maior”. Ainda em outro trecho, afirmava: “ESTOU INDIGNADO! Só não faço um vídeo e arrebento com ele porque por consideração a você. Não sei se vou ter paciência de ficar calado se esse idiota falar mais alguma asneira”.


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