Governo Trump diz que Alexandre Moraes age como "Rei Louco"
Aliados políticos de Donald Trump têm se articulado para pressionar o governo dos Estados Unidos a aplicar sanções contra autoridades brasileiras
Por Plox
21/08/2025 11h39 - Atualizado há 3 dias
Após o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e coação, membros do governo norte-americano de Donald Trump voltaram a criticar duramente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O conselheiro de Trump, Jason Miller, publicou nesta quinta-feira (21/8) uma mensagem na rede social X, atacando diretamente o magistrado.

Na publicação, Miller chamou Moraes de “aspirante a ditador de terceira categoria” e afirmou que ele estaria "disposto a destruir a democracia e prejudicar o povo brasileiro em busca de poder pessoal". O assessor ainda declarou: “Alexandre de Moraes é realmente ‘O Rei Louco’”, marcando o STF e o ministro.
Reações dos Aliados de Trump
Jason Miller e outros aliados políticos de Donald Trump têm se articulado para pressionar o governo dos Estados Unidos a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, alegando que Bolsonaro estaria sendo alvo de perseguição política. Segundo eles, as medidas tomadas por Moraes violam direitos fundamentais.
Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, também se manifestou recentemente, afirmando que Moraes seria o “arquiteto da censura” no Brasil. Beattie declarou:
“O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto.”
Segundo ele, outros ministros do STF poderão ser alvo de sanções semelhantes, caso apoiem as decisões de Moraes consideradas abusivas pelo governo americano.
Detalhes do Indiciamento
O indiciamento de Bolsonaro e do filho, Eduardo, foi formalizado pela Polícia Federal na quarta-feira (20/8). De acordo com os investigadores, as ações dos dois teriam extrapolado os limites do caso relacionado à Ação Penal 2668. As investigações apontam que eles teriam tentado influenciar ou pressionar instituições como o STF e o Congresso Nacional para atender interesses próprios e de réus já julgados no processo.
Entre as provas reunidas, está o conteúdo do celular de Jair Bolsonaro, que revelou áudios e trocas de mensagens envolvendo conflitos familiares e conversas com figuras próximas, como o pastor evangélico Silas Malafaia.
Defesa e Repercussão
Eduardo Bolsonaro se pronunciou nas redes sociais logo após a divulgação do relatório da PF. Ele negou qualquer tentativa de interferência em processos no Brasil e classificou o vazamento de conversas privadas como absurdo:
“Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados”, escreveu o parlamentar.
Situação de Bolsonaro
Desde o dia 4 de agosto, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão foi motivada por violações de medidas cautelares já impostas ao ex-presidente.
O relatório com as conclusões da nova investigação foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR). Caberá ao Ministério Público decidir se apresenta a denúncia ao STF ou se arquiva o caso, com base nas provas reunidas pela PF.