UFMG desenvolve vacina capaz de proteger grávidas e bebês dos efeitos da cocaína
Estudo está em fase pré-clínica, mas já apontou que o imunizante é capaz de inibir os danos da droga no cérebro
Por Plox
21/09/2021 19h06 - Atualizado há mais de 3 anos
A UFMG está desenvolvendo uma vacina com potencial para proteger grávidas e bebês dos efeitos da cocaína durante a gestação e a amamentação. Entre os problemas do uso da substância no período, estão a pré-eclâmpsia grave nas mães e malformações nos nascidos.
De acordo com a federal, o estudo é inédito e tem apresentado resultados promissores na fase pré-clínica, apontando que o imunizante é capaz de inibir os danos da droga no cérebro, com produção de anticorpos do tipo IgG.
Segundo a literatura médica, além da pré-eclâmpsia grave, o uso de cocaína na gestação pode causar aborto espontâneo e parto prematuro com complicações; e gerar filhos com baixo peso, malformações e síndrome de abstinência.
"O uso de crack e cocaína na gravidez é problema de saúde pública, pois a droga afeta não só o feto, mas também a mãe e a criança em médio e longo prazos. Dessa forma, essa solução inovadora pode beneficiar as novas gerações e oferecer prevenção primária em saúde mental", explicou o coordenador dos estudos, o professor Frederico Garcia.
A UFMG ainda explicou que o composto químico em estudo foi injetado em ratas grávidas e conseguiu gerar anticorpos que barraram a passagem de cocaína para o cérebro da mãe e para os fetos. Agora, os pesquisadores buscam recursos para a realização das próximas etapas da pesquisa.