Brasil exclui EUA de cúpula da democracia em Nova York

Decisão do governo Lula ocorre após retorno de Trump e visa evitar tensões diplomáticas durante evento paralelo à ONU

Por Plox

21/09/2025 09h40 - Atualizado há 2 dias

Os Estados Unidos não foram convidados para a cúpula que discutirá a democracia, organizada pelo governo brasileiro em Nova York na próxima semana. A ausência dos americanos contrasta com a edição anterior, quando participaram do encontro.


Imagem Foto:  Ricardo Stuckert/PR..

Segundo fontes próximas ao evento, a decisão de não incluir os EUA na lista de convidados está relacionada ao retorno de Donald Trump à presidência e às posições assumidas por seu governo. A avaliação é de que sua presença seria incompatível com os objetivos da reunião, que busca enfrentar o avanço do extremismo e debater ameaças à democracia no cenário global.



A cúpula, realizada paralelamente à Assembleia Geral da ONU, chega à sua segunda edição. No ano passado, estiveram presentes líderes e representantes de aproximadamente 30 países, incluindo Espanha, Canadá, França, Noruega, México e Senegal, além de membros do Conselho Europeu e das Nações Unidas.



Fontes ouvidas afirmam que os únicos países que não foram convidados este ano são aqueles que passaram por mudanças recentes no governo em direção à direita, como os Estados Unidos. México e Canadá, embora também tenham tido alterações em seus governos, permanecem liderados por figuras progressistas e foram mantidos na lista de convidados.



Ainda segundo interlocutores, a ausência do convite aos EUA busca evitar constrangimentos diplomáticos. O governo brasileiro considera que um convite poderia ser interpretado como uma provocação direta à nova gestão americana. A China, por exemplo, também ficou de fora, sob o argumento de que não adota um regime democrático.



Além disso, o Palácio do Planalto não tem planos de estabelecer diálogo com o governo norte-americano sobre temas bilaterais, como a tarifa de 50% aplicada a produtos brasileiros. Para assessores do presidente Lula, não há ambiente favorável para conversas produtivas entre os dois países neste momento.



A expectativa dentro do governo é de que não haverá encontro entre Lula e Donald Trump, embora se afirme que, caso haja iniciativa por parte dos americanos, o Brasil não se recusaria a dialogar.


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