Casos de hepatite A mais que dobram em BH em 2025
Belo Horizonte já registra 273 ocorrências da doença neste ano; adultos correm maior risco de complicações
Por Plox
21/09/2025 09h34 - Atualizado há 2 dias
Entre janeiro e setembro de 2025, Belo Horizonte registrou 273 casos confirmados de hepatite A, número que já supera em mais de 50% o total do ano anterior, quando foram contabilizadas 179 ocorrências. Em 2023, o número era muito menor: apenas seis casos foram notificados.

A hepatite A, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, é uma doença viral comumente transmitida pelo consumo de água e alimentos contaminados. Também pode ser contraída por meio de determinadas práticas sexuais desprotegidas. Embora geralmente seja uma infecção autolimitada, a doença pode evoluir de forma grave, especialmente entre adultos.
O diretor de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da capital, Paulo Roberto Correia, destacou que, apesar de muitas crianças não apresentarem sintomas, os adultos e idosos tendem a manifestar sinais evidentes, como febre, mal-estar, dores no corpo, diarreia, vômitos, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e urina escura.
“Principalmente em adultos, a hepatite A pode ter formas graves que levam à internação e, em alguns casos, infelizmente, até ao óbito”, afirmou.
Sem tratamento específico, o manejo da hepatite A envolve o controle dos sintomas e acompanhamento médico contínuo. Nos quadros mais severos, a hospitalização pode ser necessária. Correia reforçou a importância de buscar atendimento médico ao perceber sintomas. “É fundamental procurar assistência médica, realizar exames de sangue e monitorar a gravidade do quadro. Todas as unidades de saúde de Belo Horizonte estão aptas a identificar casos suspeitos, realizar exames e acompanhar os pacientes”, explicou.
A prevenção segue sendo uma das principais formas de enfrentamento da doença. A vacina contra hepatite A está inclusa no calendário de imunização infantil, aplicada em dose única para crianças entre 1 e 4 anos. Além disso, também é oferecida a grupos específicos, como usuários de PrEP (profilaxia para o HIV), pessoas que passaram por transplantes e pacientes com doenças hepáticas crônicas.
As autoridades de saúde da capital continuam monitorando os números e reforçam a importância da higienização adequada de alimentos e água, além do uso de preservativos em relações sexuais, como medidas essenciais de prevenção.