Bolsa Família: 20 anos auxiliando na emancipação de brasileiros

Mais de 21 milhões de famílias beneficiadas e um legado de ascensão social marcado por histórias de superação.

Por Plox

21/10/2023 07h25 - Atualizado há 9 meses

Há 20 anos, o Bolsa Família se consolidou como uma ferramenta de transferência de renda, impactando a vida de milhões. Atualmente, 21 milhões de famílias brasileiras — o equivalente a 56 milhões de pessoas — contam com o auxílio. Além de proporcionar um suporte financeiro, o programa também tem como foco permitir uma melhora estrutural, visando a ascensão e emancipação de seus beneficiários.

Histórias que retratam o impacto

Amélia Moreira, Rosimar Alves de Jesus e Ivânia Santos são exemplos de mulheres que, em diferentes momentos de suas vidas, encontraram no Bolsa Família um aliado. Amélia, por exemplo, destaca como o programa a auxiliou em sua trajetória acadêmica, tornando-se a primeira em sua família a ingressar em uma universidade. Atualmente, ela é professora e realiza seu pós-doutorado em Portugal. "Minha mãe trabalhava como empregada doméstica. Ter esse benefício nos assegurou alimentação, escola e a prevenção de doenças básicas com vacinação", revela.

Por outro lado, Rosimar, mãe solo, destaca como o Bolsa Família foi fundamental durante os períodos mais desafiadores de sua vida, garantindo a alimentação de seus sete filhos. "Você pode até comprar um aparelho doméstico para sua casa. Então, te ajuda bastante", afirma.

Ivânia Santos viu no programa um suporte em diversos momentos. Ela começou a receber o benefício em 2006 e, após um período sem o auxílio, voltou a necessitá-lo devido a um diagnóstico de câncer de mama. "Com aquele dinheiro, você pode comprar uma roupa melhor e buscar um emprego melhor. Foi o que eu fiz", conta.

Reconhecimento internacional e o futuro

O Bolsa Família não é apenas reconhecido nacionalmente. Em 2013, ao completar uma década, o programa foi premiado pela Associação Internacional de Seguridade Social, reforçando sua importância no combate à pobreza. No entanto, especialistas, como Vicente Faleiros, professor da Universidade de Brasília, ressaltam que, embora o programa seja essencial atualmente, o ideal seria que futuramente ele não fosse mais necessário. Faleiros destaca: “É uma correção das injustiças, mas permite só o mínimo e não uma distribuição igualitária da riqueza produzida socialmente. Tem a condicionalidade de colocar os filhos na escola e cuidar da vacinação, o que permite uma ruptura com o ciclo da pobreza".

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