Falsificação de Ozempic no Brasil é confirmada pela fabricante

Pacientes em Brasília e Rio de Janeiro sofrem efeitos graves; fabricante alerta para cuidados na compra de medicamentos

Por Plox

21/10/2024 10h18 - Atualizado há cerca de 14 horas

Casos de falsificação do medicamento Ozempic, usado no tratamento de diabetes tipo 2 e amplamente adotado para perda de peso, foram registrados no Rio de Janeiro e em Brasília, resultando em internações. Uma economista de 46 anos foi hospitalizada no Rio em 17 de outubro com hipoglicemia grave, após usar uma versão falsificada do medicamento adquirida em uma farmácia na zona sul. A Polícia Civil abriu investigação e encaminhou o produto para análise.

Foto: Reprodução/Ozempic -fabricante/ND

A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, confirmou a falsificação em ambas as cidades. Há evidências de que canetas de insulina Fiasp e FlexTouch foram modificadas para aparentar ser Ozempic, com rótulos possivelmente retirados de produtos originais. A empresa declarou que está colaborando com as autoridades na investigação.

A paciente relatou sintomas como desorientação e lábios roxos logo após a aplicação. Em uso do medicamento há um ano, sob supervisão médica, ela nunca havia apresentado reações similares. O hospital Copa D'Or, onde ela foi atendida, suspeitou de falsificação, corroborada por um alerta recente da fabricante. Após tratamento, a paciente recebeu alta no dia 18.

A Rede D'Or, que administra o hospital, emitiu um comunicado alertando suas unidades sobre o risco de novos casos e os sintomas identificados, além de orientar sobre a importância de adquirir medicamentos em farmácias credenciadas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta em janeiro sobre o aumento de falsificações de Ozempic e Wegovy, também fabricado pela Novo Nordisk. No Brasil, três lotes foram identificados como falsificados pela Anvisa. A escassez global desses medicamentos tem sido apontada como uma causa do aumento nas falsificações, criando oportunidades para o mercado ilegal.

Em São Paulo, quadrilhas especializadas em remédios de alto custo têm focado no Ozempic, forçando drogarias a reduzirem os estoques devido a frequentes assaltos. Em resposta, a Novo Nordisk aumentou as medidas de segurança no transporte do produto.

A fabricante alerta para detalhes que ajudam a identificar falsificações: a caneta do Ozempic é azul clara com um botão cinza, enquanto a do Fiasp é azul escura com botão laranja. A empresa recomenda evitar compras em sites ou canais não licenciados e observar embalagens suspeitas. Preços muito abaixo do valor de mercado também podem indicar produtos falsos. Em caso de dúvidas, os consumidores podem contatar o Serviço de Atendimento ao Consumidor da Novo Nordisk.

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