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Política
Ibama autoriza perfuração da Petrobras na Foz do Amazonas
Decisão reacende debates sobre política energética e compromissos ambientais do Brasil; organizações ambientais estudam recorrer
21/10/2025 às 10:34por Redação Plox
21/10/2025 às 10:34
— por Redação Plox
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Cascata do Amazonas
Foto: Agência Brasil)
A autorização concedida pelo Ibama para que a Petrobras realize a perfuração de um poço exploratório em águas profundas na Foz do Rio Amazonas reacendeu discussões sobre a compatibilidade entre a política energética brasileira e o compromisso com a agenda ambiental. O economista ambiental Alessandro Azzoni, em entrevista ao portal LeoDias, alertou para os riscos associados mesmo à fase de testes geológicos autorizada pelo órgão ambiental.
Segundo Azzoni, a perfuração no bloco FZA-M-059 utiliza técnicas de exploração offshore modernas, mas continua oferecendo riscos ambientais expressivos. Ele destacou que, mesmo sem produção ativa de petróleo, há a possibilidade de vazamento de óleo e outros contaminantes, ameaçando recifes de corais recém-descobertos e uma rica diversidade da fauna marinha, além de prejudicar a cadeia alimentar e pesqueira da região.
Licença ambiental libera o início imediato da perfuração em águas profundas do Amapá, área com grande potencial para exploração de petróleo.
Foto: Divulgação
O especialista lembrou ainda que a Petrobras carrega um histórico de infrações ambientais, o que, em sua avaliação, deveria tornar o processo de licenciamento mais rigoroso. Nos últimos dez anos, mais de 3 mil multas foram registradas contra a empresa pelo Ibama, somando valores significativos e contribuindo para a pressão sobre as exigências do órgão ambiental.
Planos de contingência não eliminam riscos
Azzoni apontou que mesmo com a existência de planos de contingência e simulações de emergência, não há como descartar a ocorrência de acidentes operacionais. Para ele, o potencial de desastre ambiental em águas profundas persiste, inclusive levando em conta impactos econômicos indiretos decorrentes das operações petrolíferas na área.
Contradição entre discurso climático e exploração de petróleo
A proximidade da decisão com a realização da COP30, conferência climática da ONU em Belém (PA), foi criticada por Azzoni, que vê na autorização para explorar a região da Foz do Amazonas uma incoerência em relação ao discurso ambiental do governo brasileiro. Na avaliação do economista, a busca pela soberania energética não deveria se sobrepor à coerência das políticas voltadas ao combate às mudanças climáticas.
Borda Equatorial
Foto: (Crédito:Divulgação/Petrobras)
Segundo ele, a iniciativa de ampliar a produção de petróleo pode elevar o país no ranking global e diminuir sua dependência de fontes internacionais, mas acaba contrariando objetivos da COP30, que visam a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promover fontes alternativas de energia.
Resposta da Petrobras e debate judicial
Em nota oficial, a Petrobras informou que atendeu a todas as exigências do Ibama e que a operação seguirá os padrões internacionais de segurança e responsabilidade ambiental. O período de exploração deve se estender por cinco meses, com o objetivo de avaliar a viabilidade da presença de petróleo e gás em escala comercial.
"Lula afirma: 'Não abriremos mão de nossos recursos' ao apoiar a exploração de petróleo."
Foto: Agência Brasil
Ainda assim, Alessandro Azzoni avalia que o histórico de passivos ambientais e de multas não solucionadas lança dúvidas sobre a capacidade da empresa em garantir impacto ambiental zero durante a operação na Foz do Amazonas. Devido a essas questões, a exploração petrolífera na região permanece sob forte escrutínio e controvérsia.
Organizações ambientais e movimentos sociais já anunciaram que pretendem recorrer à Justiça contra a decisão do Ibama, considerando que a medida representa um retrocesso nas políticas climáticas prometidas pelo Brasil.
Decisão estabelece que instituições financeiras devem ressarcir clientes prejudicados por fraudes se houver deficiência na proteção de dados ou falha em detectar operações atípicas.
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