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Apagão em restaurante mobiliza honestidade de clientes em Morro Reuter
Após pane de luz e internet, mais de 100 clientes deixam restaurante sem pagar, mas todos retornam para quitar contas, destacando confiança e responsabilidade social.
21/10/2025 às 13:36por Redação Plox
21/10/2025 às 13:36
— por Redação Plox
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Um restaurante de comida alemã em Morro Reuter (RS) protagonizou uma cena rara: após um apagão interromper luz e internet durante o almoço, mais de 100 clientes foram liberados sem pagar — e todos acertaram suas contas depois.
Apagão provoca situação inusitada no restaurante
No dia 5, o Restaurante Picada São Paulo, localizado às margens da BR-116, viu a energia acabar enquanto recebia dezenas de mesas. Sem luz nem internet, o sistema de pagamentos por cartão e PIX ficou indisponível. A casa, que costuma lotar aos domingos com espeto corrido e pratos alemães, ainda sediava o 7º Encontro Gaúcho de GSXF, atraindo motociclistas vindos de diversas cidades do Rio Grande do Sul e até de Santa Catarina.
Estabelecimento focado na culinária alemã previa um perdas de R$ 12 mil, mas todos os clientes quitaram suas contas.
crédito: Reprodução / Instagram
Por volta das 11h45, cerca de 80 pessoas já estavam almoçando quando a energia caiu. Equipamentos elétricos, como churrasqueiras rotativas e fritadeiras, pararam. Mesmo assim, a equipe improvisou e seguiu servindo. O restaurante não possui sinal de celular, com cobertura apenas a 150 metros de distância, o que dificultou ainda mais a resolução do problema.
Solução baseada na confiança
Diante da impossibilidade de receber, a família Utzig, que administra o local, anotou nome, telefone e valor na comanda de cada cliente e liberou todos para irem embora, apostando na honestidade de quem os visitava. O cenário, que poderia causar um prejuízo estimado em R$ 12 mil, se transformou em uma lição inspiradora: nenhum cliente deixou de pagar.
Eficiência dos clientes e da equipe
Segundo o restaurante, metade dos 104 pagamentos foi feita ainda no mesmo dia, assim que os clientes encontraram área com sinal. O restante foi quitado ao longo da semana sem que fosse necessário qualquer cobrança ativa aos clientes. Entre os presentes estava Marcelo Brigido, presidente de um grupo de motociclistas, que ajudou a organizar os dados e assegurar aos donos que todos assumiriam as despesas.
Conversei com eles e sugeri que anotassem nome e telefone na comanda e passassem o PIX depois. Fui mesa por mesa, e todos concordaram. Se alguém não pagasse, eu mesmo me responsabilizaria. – Marcelo Brigido
Brigido destacou o comportamento exemplar dos motociclistas e o esforço da equipe. Foi, segundo ele, uma demonstração de empatia com o trabalho dos funcionários, que mantiveram o atendimento mesmo diante das dificuldades.
“Ainda há muita gente boa por aí”
Para o proprietário Silvestre Utzig, o episódio superou expectativas e serviu como aprendizado sobre confiança e honestidade. Ele descreveu o episódio como “horas de apreensão, mas também de aprendizado”. Ao final, todos os clientes efetuaram o pagamento voluntariamente, reforçando o valor do compromisso e da boa-fé.
Contexto global e percepção sobre honestidade
A discussão sobre honestidade se reflete em rankings internacionais. A Transparência Internacional elabora anualmente um relatório que mede a percepção da corrupção em diferentes países, com notas de 0 a 100 (quanto maior a nota, menor a percepção de corrupção).
De acordo com o levantamento mais recente, o Brasil obteve 38 pontos, ocupando a 94ª posição entre 180 países — nível semelhante a Argentina, Etiópia, Marrocos e Tanzânia.
Países com maior índice de honestidade
A lista dos países mais bem avaliados no relatório contempla Dinamarca (90 pontos), Finlândia e Nova Zelândia (ambas com 87 pontos), Noruega (84), Singapura e Suécia (83), entre outros. O ranking evidencia a correlação entre integridade nas relações sociais e qualidade de vida dos cidadãos.
Decisão estabelece que instituições financeiras devem ressarcir clientes prejudicados por fraudes se houver deficiência na proteção de dados ou falha em detectar operações atípicas.
Decisão estabelece que instituições financeiras devem ressarcir clientes prejudicados por fraudes se houver deficiência na proteção de dados ou falha em detectar operações atípicas.