Delegado desmantela plano de assassinato contra Lula e outros líderes políticos

Rodrigo Morais Fernandes, delegado com 22 anos de experiência na Polícia Federal, é o responsável por desmascarar uma conspiração que chocou o Brasil. A investigação revelou planos para envenenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin, e assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O objetivo era impedir uma sucessão constitucional e consolidar um golpe de Estado.

As descobertas foram possíveis graças à análise de materiais obtidos na Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro deste ano. A investigação visava militares e ex-ministros suspeitos de planejarem um golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

Operação Contragolpe e prisões
Na última terça-feira (19), a Operação Contragolpe trouxe à tona os detalhes do esquema e levou à prisão de cinco envolvidos, além da realização de buscas e apreensões. Entre os detidos estão Rafael Martins de Oliveira, major das Forças Especiais; Hélio Ferreira Lima, ex-comandante do mesmo grupo; e Mário Fernandes, general reformado e ex-assessor de Eduardo Pazuello. Também foram presos o agente da PF Wladimir Matos Soares e Rodrigo Bezerra de Azevedo, especialista em guerra não convencional.

Os investigados pertenciam a um grupo chamado "Kids Pretos", que planejavam usar suas habilidades militares para executar o golpe de Estado.

Rodrigo Morais e casos de grande repercussão
Rodrigo Morais tem um histórico de atuações em operações de alta relevância, como a investigação sobre o atentado contra o STF envolvendo um homem-bomba e inquéritos sobre Jair Bolsonaro, incluindo fraude no cartão de vacinação contra a covid-19 e desvio de joias do acervo presidencial.

Nascido em Belo Horizonte, o delegado possui formações em Direito e Inteligência de Segurança Pública, além de uma carreira marcada por atuações em casos como:

• Operação Albatroz (2004): combate a fraudes em licitações que causaram prejuízo de R$ 500 milhões ao Amazonas.
• Operação Guabiru: investigação sobre desvios de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
• Operação Providência (2008): desarticulação de um esquema que desviava recursos previdenciários, resultando em prejuízo de R$ 200 milhões.

Ele também foi peça-chave na investigação do ataque a faca contra Jair Bolsonaro em 2018, concluindo que Adélio Bispo agiu sozinho, uma conclusão criticada pelo ex-presidente.

Combate à corrupção e segurança de grandes eventos
Rodrigo Morais também liderou investigações contra desvios de conduta dentro da Polícia Federal, como nas Operações Avalanche e Persistência, além de atuar na segurança de eventos internacionais, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.