Política

Defesa de Bolsonaro entrega exames ao STF e pede prisão domiciliar humanitária

Advogados do ex-presidente apresentaram laudos médicos a Alexandre de Moraes para tentar evitar eventual regime fechado após condenação por tentativa de golpe de Estado

21/11/2025 às 22:44 por Redação Plox

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou nesta sexta-feira (21), no Supremo Tribunal Federal (STF), uma série de exames e um relatório médico direcionados ao ministro Alexandre de Moraes. Segundo os advogados, os documentos apontam que o estado de saúde de Bolsonaro é grave e envolve múltiplas comorbidades.

Bolsonaro fala com seu advogado, Celso Sanchez Vilardi, durante sessão de julgamento no STF

Bolsonaro fala com seu advogado, Celso Sanchez Vilardi, durante sessão de julgamento no STF

Foto: STF


O material foi apresentado com o objetivo de tentar substituir uma eventual prisão em regime fechado por prisão domiciliar de caráter humanitário, caso a detenção do ex-presidente seja decretada.

Laudos listam comorbidades de Bolsonaro

De acordo com os documentos protocolados no STF, Bolsonaro apresenta as seguintes comorbidades:

Doença aterosclerótica do coração;
Doença do refluxo gastroesofágico com esofagite;
Soluços incoercíveis;
Neoplasia maligna de pele;
Pneumonia bacteriana não especificada;
Apneia do sono;
Hérnia inguinal unilateral;
Anemia por deficiência de ferro.

Os exames e o relatório foram anexados após a defesa pedir formalmente a Alexandre de Moraes que, caso a prisão seja decretada, o ex-presidente cumpra a pena em regime domiciliar.

Defesa alega quadro clínico grave

Na petição, os advogados sustentam que Bolsonaro enfrenta um “quadro clínico grave” e que o conjunto de enfermidades exige cuidados contínuos considerados incompatíveis com o regime fechado.

A defesa também argumenta que uma eventual remoção do ex-presidente para uma unidade prisional representaria risco à sua vida.

Condenação e fase final de recursos

Bolsonaro foi condenado em setembro a mais de 27 anos de prisão no processo que apura a tentativa de golpe de Estado. A sentença prevê o início do cumprimento da pena em regime fechado.

O caso ainda não transitou em julgado e está na fase final de recursos, que, segundo a própria defesa, deve ser concluída nos próximos dias. Com a possibilidade de decretação da prisão após o fim da etapa recursal, os advogados decidiram se antecipar e formalizar o pedido para que Bolsonaro permaneça em prisão domiciliar.

A defesa menciona ainda reportagens da imprensa que tratam da discussão sobre uma eventual custódia do ex-presidente em unidade prisional como um dos motivos para o protocolo preventivo do pedido.

Prisão domiciliar em outro processo

Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, no âmbito de outro processo em que é investigado por descumprimento de determinações judiciais.

Essa ação apura uma suposta tentativa de coação relacionada à trama golpista, e é nesse contexto que foi determinada a prisão domiciliar em vigor até o momento.

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