Zema institui nova medalha de mérito em Minas Gerais

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, oficializou a criação de uma nova condecoração estadual, a Medalha do Mérito Gabinete Militar do Governador. Anunciada através do Decreto 48.732/2023, publicado no Diário Oficial do Estado no último sábado, 16 de dezembro, a medalha visa homenagear até 100 personalidades e organizações civis e militares anualmente, reconhecendo suas contribuições ao povo mineiro e ao Gabinete Militar do Governador. A nova comenda, que comemora os 60 anos de criação do Gabinete Militar, instituído em outubro de 1963, tem gerado debates, especialmente considerando o histórico de críticas de Zema a gastos públicos considerados supérfluos.

O Gabinete Militar, responsável pelo planejamento, coordenação e execução do transporte e segurança do governador e do vice-governador, será o órgão encarregado da outorga da medalha. Entretanto, detalhes sobre os critérios de concessão e a organização da cerimônia solene de entrega ainda não foram definidos. Conforme o decreto, as normas complementares e a periodicidade de entrega da medalha serão estabelecidas em um ato próprio do chefe do Gabinete Militar, atualmente ocupado pelo coronel da Polícia Militar, Carlos Frederico Otoni Garcia.

Em relação aos custos associados à nova honraria, o governo Zema afirmou que, até o momento, não houve gastos com a aquisição das medalhas e que não há previsão para compra. Essa declaração vem em um contexto onde o Estado autorizou, apenas em 2023, despesas de R$ 304 mil para a confecção de itens como medalhas, botons e estojos, através de uma única empresa. Os itens mencionados incluem outras medalhas de prestígio, como a da Inconfidência, Presidente Juscelino Kubitschek e Santos Dumont.

A criação da Medalha do Mérito Gabinete Militar do Governador por Zema suscita questionamentos, visto que, durante sua campanha à reeleição no ano passado, o governador criticou frequentemente o que chamou de “mordomias, privilégios e desperdícios nos governos do passado”. Ele se referiu especificamente ao ex-governador Fernando Pimentel (2015-2018), destacando a sua decisão de dispensar o uso do Palácio das Mangabeiras, uma residência oficial do governador, que segundo Zema, empregava 32 domésticas, além do contingente de segurança.