Família grava criança dirigindo carro e moto em MG; caso vira investigação policial

A Polícia Civil de Minas Gerais abriu uma investigação contra uma família que gravou e publicou vídeos de uma criança, de apenas 7 anos, dirigindo um carro e uma moto nas ruas de Montes Claros, no Norte do estado. As imagens, que rapidamente viralizaram nas redes sociais, mostram o menino dirigindo em uma via movimentada e até ultrapassando um caminhão, o que gerou grande repercussão e indignação.

Detalhes dos vídeos
Nas gravações, o menino aparece no banco do motorista de um veículo Toyota automático, conduzindo sozinho e até parando em um sinal de trânsito antes de continuar o trajeto. Em outra filmagem, ele pilota uma moto sem placa. No início dessa segunda gravação, um homem dirige o veículo, mas rapidamente transfere o controle para a criança, que segue dirigindo e realizando manobras perigosas.

Repercussão nas redes sociais e defesa da família
Após a viralização, o perfil original da criança na rede social foi derrubado, mas dois outros perfis foram criados para repostar as imagens. A família reagiu às críticas, alegando que os vídeos foram mal interpretados pela imprensa. Segundo eles, “em nenhum momento” houve a intenção de causar dano ou desrespeitar a lei. “O propósito sempre foi ampliar a visibilidade e promover o engajamento do perfil”, justificaram em nota.

Enquadramento legal: crime de trânsito
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) classifica como crime, no artigo 310, permitir, confiar ou entregar a direção de um veículo automotor a pessoa não habilitada. As penas para quem comete essa infração incluem detenção de seis meses a um ano ou multa.

Além disso, o proprietário do veículo pode ser multado em R$ 880,41 e acumular sete pontos na carteira de habilitação, conforme os artigos 163 e 164 do CTB. No caso de menor de idade dirigindo, há ainda o risco de infrações gravíssimas, como avançar sinal vermelho ou causar acidentes que coloquem em risco outros condutores e pedestres.

Investigação em andamento
A Polícia Civil apura as circunstâncias do caso, que levantou questões sobre responsabilidade, segurança e o impacto das redes sociais em atitudes que colocam a vida de pessoas em perigo. Autoridades reforçam que permitir que crianças assumam o volante não só contraria a legislação, mas também expõe todos os envolvidos a graves consequências.