Levantamento aponta alto índice de infestação por Aedes aegypti em Ipatinga

Segundo a Prefeitura, o LIRAa, realizado a partir do último dia 7 pelo Centro de Controle de Zoonoses, teve seus números divulgados nesta sexta-feira (22)

Por Plox

22/01/2021 17h01 - Atualizado há mais de 3 anos

Já às voltas com as preocupações e cuidados relacionados à pandemia de Covid-19, o município de Ipatinga agora é desafiado a lidar com outro sério problema na área de saúde: a multiplicação dos casos de dengue, provocados pela proliferação dos focos do mosquito Aedes Aegypti. As autoridades de saúde locais já se mobilizam para uma campanha de conscientização junto à população e a intensificação do trabalho dos Agentes de Controle de Endemias (ACEs), sobretudo porque os picos da doença normalmente acontecem entre os meses de março e maio.

 

Foto: divulgação/ Prefeitura de Ipatinga

 

O Levantamento Rápido de Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado a partir do último dia 7 pelo Centro de Controle de Zoonoses, teve seus números divulgados nesta sexta-feira (22) pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e aponta dados alarmantes: em alguns bairros a infestação chega a 9,1% e a média, em toda a cidade, é de 4,9%, sendo que o máximo preconizado pelo Ministério da Saúde está entre 1 % e 3,9%. Qualquer valor acima desse percentual já sinaliza uma situação de risco para um surto.

Ainda de acordo com a apuração, de cada cinco criadouros do mosquito, quatro estão dentro dos domicílios. Isto significa que, uma vez mais, a população precisa colaborar efetivamente com o poder público para que os riscos de agravamento da infestação sejam contornados. A principal medida para conter o avanço da doença é garantir o acesso aos ACE’s às residências, em seu trabalho diário de vistoria, aplicação de larvicidas e inseticidas, assim como a verificação constante dos locais que possam acumular água, como vasos de plantas e outros.

 

Foto: divulgação/ Prefeitura de Ipatinga

 

A análise do LIRAa é realizada em média quatro vezes ao ano, levando em conta um calendário determinado pelo Estado. De posse dos resultados, a Secretaria de Saúde realiza o planejamento de várias ações nos principais pontos críticos identificados. Em 2020 o município realizou apenas um levantamento, no início do ano, que apontou infestação larvária de 5,3%, já dentro do patamar de alto risco.

“Estamos tomando todas as providências técnicas e operacionais para que os números sejam freados e reduzidos. Mas, uma vez mais, o apoio da população é fundamental. A própria comunidade pode ajudar muito com providências simples nas casas. Temos que nos lembrar de que a rede de saúde já está sobrecarregada pelos casos de Covid, e o agravamento da dengue pode impor desafios ainda maiores para a nossa rede de assistência médico-ambulatorial”, disse o prefeito Gustavo Nunes.  

EPIDEMIA CRUZADA

Exatamente em função do cenário epidemiológico já delicado quanto à transmissão da Covid-19, que persiste em todo o Brasil, Ipatinga está em alerta para evitar novos focos e até provável surto de dengue.

Nesta sexta-feira (22), o secretário de Saúde do município, Dr. Juliano Nogueira, disse que embora o número de notificações ainda seja relativamente baixo, há um risco alto de surto de dengue, com perspectiva de pico entre março e maio. “Nesse caso, entramos num quadro de epidemia cruzada”, explicou.  

O secretário de Saúde acrescenta: “As duas doenças são virais e muito inflamatórias e, no caso de contaminação pelos dois vírus, existem mais chances de complicações sérias”, adverte.
A recomendação principal ainda é eliminar todos os recipientes que acumulem água. Quando não puderem ser descartados, a orientação é que sejam devidamente vedados ou tratados. A vistoria de criadouros deve abranger locais menos convencionais, como calhas de chuva, ralos externos, vasilhas de animais, bandejas de ar-condicionado e geladeiras, além de vasos sanitários desativados.

OS DADOS DO LIRAa
O último levantamento sobre a proliferação do Aedes Aegypti em Ipatinga mostra que 34% dos criadouros predominantes estão em vasos, pratos e bebedouros; 21,6% se encontram em garrafas, latas; 19,2% em depósitos no nível do solo (barril, tina, tambor, tanque, poço) e 12,4% em pneus e outros materiais rodantes.

Os bairros onde a situação é mais grave são: Esperança e Ideal - 9,1%; Veneza e Vila Celeste - 7,8% e 7,1%, respectivamente; Limoeiro, Chácaras Madalena, Córrego Novo, Chácaras Oliveira e Barra Alegre - 6,6%; Canaã - 5,2%, e Cidade Nobre e Iguaçu - 4,6%.

Os índices estão mais controlados nas seguintes localidades: Imbaúbas, Bom Retiro, Bela Vista, Das Águas, Cariru, Castelo, Vila Ipanema, Centro, Novo Cruzeiro e Parque Ipanema - 1,2%; Bom Jardim, Ferroviários, Horto e Industrial - 1,3%.

 

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