PT solicita ao STF autorização para transmitir julgamento de Bolsonaro ao vivo

O Partido dos Trabalhadores (PT) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a autorização para que a TVPT, canal da sigla no YouTube, possa transmitir ao vivo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A solicitação ocorre após a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhar ao STF a denúncia contra Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado.

O pedido, formalizado por meio de ofício, requer o credenciamento da TVPT para cobrir não apenas o julgamento do ex-presidente, mas também de outros investigados no processo, além de futuras sessões relacionadas ao caso.

Interesse público e transparência

O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, afirmou à Folha de S. Paulo que a transmissão é essencial devido à relevância histórica do julgamento.

— Queremos estar lá, porque vai ser um momento histórico, que vai parar o país, quase uma Copa do Mundo — declarou Tatto.

No documento enviado ao STF, o partido defende que o caso é de “interesse público”, pois envolve uma tentativa de golpe de Estado, e argumenta que a transparência no julgamento é fundamental para que a sociedade tenha pleno acesso às informações.

— A cobertura completa pela TVPT contribuirá para ampliar o alcance do julgamento, permitindo que um maior número de brasileiros acompanhe os debates e decisões que impactam a democracia e o Estado de Direito — diz o ofício.

Além disso, o PT cita o Artigo 220 da Constituição, que trata da liberdade de imprensa, para embasar seu pedido.

Impacto político e repercussão

Aliados do governo acreditam que a transmissão do julgamento pode influenciar a popularidade do ex-presidente, gerando um impacto semelhante ao da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Segundo a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, a intenção seria mobilizar a opinião pública da mesma forma que ocorreu em 2021, quando a CPI ganhou grande repercussão nas redes sociais.

Na época, perfis como Camarote da CPI e JaIrme’s Vaccina Race somaram mais de 264,7 mil seguidores e atuaram como fontes paralelas de informação sobre a comissão, ajudando na checagem de declarações e na formulação de perguntas e requerimentos.