Operação policial desarticula grupo que planejava sequestros e assassinatos de autoridades, incluindo Sergio Moro

A Polícia Federal cumpre 21 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em quatro estados, visando desmontar a facção criminosa responsável pelo plano

Por Plox

22/03/2023 14h08 - Atualizado há cerca de 2 anos

A Polícia Federal (PF) iniciou uma operação na manhã desta quarta-feira (22) para desarticular uma facção criminosa suspeita de planejar sequestros e assassinatos de autoridades, incluindo o senador Sergio Moro (União Brasil). Segundo a investigação,  seria uma retaliação dos criminosos, que teve início em 2022 em resposta a uma portaria do governo que restringia visitas em presídios federais.
 

Detalhes da operação e prisões realizadas

A operação resultou no cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em São Paulo, Paraná, Rondônia e Mato Grosso do Sul. Até o momento, nove pessoas foram presas. Durante a ação, a PF encontrou um cômodo secreto atrás de uma parede falsa em São José dos Pinhais, no Paraná.
 
Planos de sequestro e homicídio contra autoridades

Além de Sergio Moro, outras autoridades também eram alvo do grupo criminoso. Os suspeitos pretendiam sequestrar e assassinar simultaneamente várias autoridades públicas, incluindo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, interior de São Paulo.
 
Motivação do grupo e monitoramento de Moro

 

Sergio Moro- Foto: Sergio Moro

 

As investigações apontam que a facção criminosa buscava retaliação a Moro devido às mudanças no regime de visitas em presídios, promovidas por ele durante sua atuação como ministro de Segurança Pública. A facção também considerava a possibilidade de sequestrar Moro para negociar a liberação do chefe da organização, Marcola. Agentes revelaram que pelo menos dez criminosos monitoravam a família do senador em Curitiba.

 

Dinheiro e documentos foram apreendidos - Foto: divulgação


 
Repercussão e pronunciamento de Moro

O ministro da Justiça, Flávio Dino, confirmou em suas redes sociais que as vítimas seriam um senador e um promotor de Justiça. Sergio Moro também comentou sobre a operação e afirmou que fará um pronunciamento no Senado sobre ser alvo das ameaças do grupo criminoso.

 

Esse carro  também foi apreendida -  Foto: divulgação

 

Essa moto também foi apreendida - Foto:  Foto: divulgação


Criminosos monitoram família de Sergio Moro desde janeiro

De acordo com as investigações, a família do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) estava sob monitoramento de integrantes do PCC desde janeiro, suspeitos de planejar assassinatos e sequestros de autoridades. O senador afirmou ser um dos alvos do grupo criminoso. As informações foram reveladas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, interior de São Paulo.
 

Promotor de Justiça também era alvo

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga a facção criminosa desde o início dos anos 2000, também estava na mira do grupo. Gakiya vive sob proteção policial há mais de uma década devido a ameaças de morte recorrentes. Após ser alertado por Gakiya, o procurador de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubo, comunicou Moro e a cúpula da Polícia Federal sobre as ameaças.
 

Encontro em Brasília

Dinheiro e joias foram apreendidos - Foto: divulgação

Em janeiro, Sarrubo e Gakiya se reuniram em Brasília com Moro e sua esposa, Rosângela Moro, deputada federal eleita. Todas as informações coletadas foram encaminhadas à direção geral da PF, que designou um delegado para investigar o caso. A segurança pessoal de Moro e sua esposa foi reforçada.


 

Ataques simultâneos planejados

Os investigadores descobriram que os criminosos planejavam homicídios e extorsões mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação. Os ataques poderiam ocorrer simultaneamente. A retaliação a Moro estava relacionada a mudanças no regime de visitas em presídios. Os criminosos também cogitavam sequestrar o senador para negociar a liberação de Marcola, líder da facção. Pelo menos dez criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba.
 

Estratégias dos criminosos

Os suspeitos alugaram chácaras, casas e até um escritório próximos aos endereços de Moro. A família do senador teria sido monitorada por meses pela facção criminosa. Após serem alertados pelo Gaeco de São Paulo, Moro e sua família passaram a contar com escolta da Polícia Militar do Paraná. A superintendência da PF informou que outras autoridades também estavam sendo monitoradas pela facção.

 

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