Apostador aciona Justiça para tentar sacar R$ 169 mil do Jogo do Tigrinho
Plataforma bloqueou a retirada do valor e exigiu novo depósito para liberar acesso ao montante; Defensoria Pública do DF entrou com ação judicial
Por Plox
22/03/2025 07h28 - Atualizado há 28 dias
Um morador do Distrito Federal procurou a Justiça após acumular R$ 169 mil em uma plataforma de apostas on-line conhecida como 'Jogo do Tigrinho' e ser impedido de sacar o valor. A justificativa apresentada pela empresa foi a necessidade de um novo depósito para 'subir de categoria' e, só então, ter acesso ao dinheiro conquistado.

Na última sexta-feira (14/3), o apostador recorreu à Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) e formalizou uma ação judicial. A iniciativa visa obter reparação pelo bloqueio considerado abusivo da quantia acumulada na plataforma. Conforme relatado pela DPDF, esse tipo de prática tem se tornado padrão entre as operadoras de jogos on-line, que permitem a compra de créditos em reais, prometem o resgate do saldo, mas acabam condicionando a liberação dos valores à realização de novos pagamentos, geralmente via PIX.
Segundo o órgão, mesmo após os depósitos adicionais solicitados, os saques não são autorizados, o que configura uma retenção indevida do montante ganho. A Defensoria Pública argumentou à Justiça que há relação de consumo entre a plataforma e o usuário, o que, conforme o Código de Defesa do Consumidor, torna a empresa responsável de forma objetiva pelos danos gerados, independentemente de culpa.
O defensor público-geral do DF, Celestino Chupel, destacou a importância da atuação da DPDF em casos como este. Ele reforçou o papel da instituição na proteção de consumidores lesados por plataformas de jogos de azar, ressaltando o apoio jurídico oferecido às vítimas em busca de reparação pelos prejuízos financeiros.
O chefe do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon/DPDF), Antônio Carlos Cintra, também comentou o caso e alertou para a nova estratégia usada por essas plataformas. Segundo ele, o Jogo do Tigrinho, já associado a problemas com vício e comprometimento de renda, agora tem servido como instrumento para aplicação de golpes financeiros. Cintra observou que a propaganda do jogo é fortemente voltada para lucros imediatos e sem limitações aparentes, mas que, na prática, os usuários enfrentam bloqueios arbitrários e exigências não previamente informadas.
A Defensoria Pública segue acompanhando o caso e busca garantir os direitos do consumidor diante de práticas fraudulentas e abusivas no ambiente digital.