Consumo das famílias argentinas cresce pela primeira vez sob Milei
Alta de 2,9% em fevereiro indica possível retomada econômica, com renda superando inflação
Por Plox
22/03/2025 12h09 - Atualizado há cerca de 1 mês
Pela primeira vez desde o início do governo de Javier Milei, o consumo das famílias na Argentina registrou um crescimento significativo. No mês de fevereiro, houve um aumento de 2,9% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Câmara Argentina de Comércio (CAC).

Esse desempenho positivo reflete uma tendência de recuperação observada também no acumulado dos dois primeiros meses de 2025, com uma alta total de 3,1%. O resultado indica uma possível virada no cenário econômico do país vizinho.
Mesmo diante de uma leve retomada da inflação em fevereiro — provocada principalmente pela elevação dos preços da carne —, a renda das famílias argentinas passou a crescer em ritmo superior ao da inflação, impulsionando o poder de compra. A CAC destacou que o mês de fevereiro registrou um crescimento de 0,3% em relação a janeiro, que por sua vez já havia mostrado melhora frente a dezembro.
O cenário de retomada do consumo se manifesta em diversos setores. Transporte teve aumento de 6,3% no acumulado do ano. Já os segmentos de habitação, aluguel e serviços públicos cresceram 2,1%, enquanto vestuário apresentou elevação de 1,5% e recreação e cultura avançaram 5,4%.
Além disso, o impacto do aumento do consumo foi refletido também nas dívidas familiares. O uso do cartão de crédito, a contratação de empréstimos e o financiamento de veículos cresceram, superando os índices registrados em 2023.
O mercado de automóveis novos mostrou um salto expressivo, com 68% mais registros em comparação ao ano anterior. Já a venda de eletrodomésticos teve crescimento de 54% em dezembro, consolidando os sinais de uma retomada nas compras por parte da população.
Isso ocorre em um cenário econômico em que a inflação, após a queda drástica registrada ao longo de 2024, experimentou uma leve aceleração em fevereiro, puxada principalmente por um aumento considerável no preço da carne
, conforme destacou a Câmara Argentina de Comércio.