Pela primeira vez desde o início do governo de Javier Milei, o consumo das famílias na Argentina registrou um crescimento significativo. No mês de fevereiro, houve um aumento de 2,9% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Câmara Argentina de Comércio (CAC).
Foto:
Esse desempenho positivo reflete uma tendência de recuperação observada também no acumulado dos dois primeiros meses de 2025, com uma alta total de 3,1%. O resultado indica uma possível virada no cenário econômico do país vizinho.
Mesmo diante de uma leve retomada da inflação em fevereiro — provocada principalmente pela elevação dos preços da carne —, a renda das famílias argentinas passou a crescer em ritmo superior ao da inflação, impulsionando o poder de compra. A CAC destacou que o mês de fevereiro registrou um crescimento de 0,3% em relação a janeiro, que por sua vez já havia mostrado melhora frente a dezembro.
O cenário de retomada do consumo se manifesta em diversos setores. Transporte teve aumento de 6,3% no acumulado do ano. Já os segmentos de habitação, aluguel e serviços públicos cresceram 2,1%, enquanto vestuário apresentou elevação de 1,5% e recreação e cultura avançaram 5,4%.
Além disso, o impacto do aumento do consumo foi refletido também nas dívidas familiares. O uso do cartão de crédito, a contratação de empréstimos e o financiamento de veículos cresceram, superando os índices registrados em 2023.
O mercado de automóveis novos mostrou um salto expressivo, com 68% mais registros em comparação ao ano anterior. Já a venda de eletrodomésticos teve crescimento de 54% em dezembro, consolidando os sinais de uma retomada nas compras por parte da população.
Isso ocorre em um cenário econômico em que a inflação, após a queda drástica registrada ao longo de 2024, experimentou uma leve aceleração em fevereiro, puxada principalmente por um aumento considerável no preço da carne
, conforme destacou a Câmara Argentina de Comércio.