1° lugar em medicina na USP perdeu tia com Alzheimer e quer ser neurologista

Seu objetivo é, através da profissão, evitar que outras famílias não passem pelo o que a dele passou

Por Plox

22/04/2021 14h26 - Atualizado há quase 3 anos

Felipe Amendola, 18 anos, aprovado em 1° lugar em medicina na Universidade de São Paulo (USP), tem um sonho: se graduar em neurologia para evitar que a dor que passou na perda de sua tia-avó seja vivenciada por outras famílias.

Sua aprovação se deu pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Depois de ter concluído seus estudos em um colégio particular do Rio de Janeiro, nem foi necessário que ele se matriculasse em um curso pré-vestibular. Dedicando-se aos estudos em sua casa, ele gabaritou matemática no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 e alcançou 853.4 na nota final.

A dificuldade vivida pela tia-avó gerou um grande desconforto em Felipe. “Ela teve Mal de Alzheimer recentemente, e foi muito difícil ver a doença acontecer. É como se a pessoa fosse morrendo aos poucos”, fala.

1° lugar em medicina na USP perdeu tia com Alzheimer e quer ser neurologista
Foto: Arquivo pessoal

Ele conta que ver sua tia-avó viver as dificuldades da enfermidade gerou nele um grande interesse pela neurologia. Ele chega a denominar de “chamado” o que sentiu.

O jovem já sabia que queria ser médico, só não havia decidido a especialidade. Seu objetivo é, depois de graduado, se lançar às pesquisas sobre prevenção e tratamento da doença.

A dedicação já fazia parte de sua rotina de estudos, mas foi nos momentos finais de sua formação no ensino médio - precisamente no último ano - que tinha clareza de qual curso iria estudar na faculdade: medicina. Foi aí que, como ele conta, resolveu “meter a cara nos estudos”.

Felipe fala que sua rotina de estudos era assim: começava com aula às 7h e ia até às 13h45. Depois, ele almoçava e reservava um momento para descansar um pouco. Em seguida, fazia bastante simulado e testava estratégias que, segundo ele, poderiam ser úteis para auxiliá-lo no dia que fizesse a prova.

As aulas ainda não começaram, mas isso não o impede de continuar com seus objetivos. E Felipe não é tímido nos sonhos: ele deseja fazer pós-doutorado em Harvard.

1° lugar em medicina na USP perdeu tia com Alzheimer e quer ser neurologista
Foto: Arquivo pessoal

Quem vê a postura disposta a realizar grandes objetivos do jovem, não imagina que ele esbarrou em uma dificuldade vivida por muitas crianças e adolescentes. Felipe sofreu bullying na época do ensino fundamental, no colégio onde estudava. Ajudado pela família e amigos, optou por mudar de escola. No ano de 2016, fez sua matrícula em uma instituição na qual passou a se sentir mais motivado.
 

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