Catadora aguarda há 16 anos para remover tumor benigno no sistema de saúde do RJ

Longa espera por cirurgia expõe deficiências no sistema de saúde do RJ

Por Plox

22/04/2024 11h21 - Atualizado há 10 dias

No Rio de Janeiro, uma catadora de materiais recicláveis enfrenta uma prolongada batalha para obter uma cirurgia de retirada de um tumor benigno no rosto, que já dura 16 anos. Denize Campos, residente da Região Metropolitana de Niterói, lida com a burocracia e a falta de recursos, enquanto o tumor, que inicialmente parecia inofensivo, cresce, aumentando seu desconforto e impactando sua autoestima.

Foto: Reprodução/ TV Globo

Denize descreveu a evolução do tumor: "No começo, era só um pequeno caroço, pensei que fosse uma picada de inseto. Mas com o tempo, e após muita demora nos exames que se seguiam a cada visita aos postos de saúde, o tumor foi crescendo". Desde 2008, ela busca ajuda médica, mas enfrenta repetidos obstáculos.

Em 2017, após muita espera, Denize foi atendida no Hospital Universitário Antônio Pedro, onde finalmente entrou na fila de espera para a cirurgia. Contudo, poucos dias antes do procedimento agendado, foi informada de que não havia cirurgiões disponíveis para operar. A frustração se somou ao retorno ao início do processo no sistema de saúde.

Recentemente, em janeiro, ela recebeu novo encaminhamento para consultar um especialista, mas as perspectivas de um rápido atendimento continuam incertas. Denize expressou seu desespero: "A médica até me sugeriu procurar ajuda política, pois está difícil conseguir atendimento adequado".

A filha de Denize, Camila Campos Moura, também tem se esforçado para ajudar a mãe a conseguir a cirurgia. "Ver a situação dela todos os dias me motiva a não desistir enquanto ela não for operada", disse Camila, determinada.

O Hospital Universitário Antônio Pedro declarou ter feito tudo que estava ao seu alcance no caso de Denize, mas justificou que não possui a especialidade de cirurgia de cabeça e pescoço. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou que Denize foi incluída no Sisreg em 17 de abril para uma consulta na especialidade necessária. Já a Prefeitura de Niterói e a Secretaria de Saúde do município garantem que estão trabalhando para agilizar o processo.

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