Conclave após morte de Francisco expõe posições de cardeais sobre união LGBT+ e celibato

Favoritos à sucessão do papa apresentam visões divergentes sobre temas como bênção a casais do mesmo sexo, celibato opcional e ordenação de mulheres

Por Plox

22/04/2025 12h17 - Atualizado há 16 dias

Após a morte do papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, o Vaticano já se prepara para a escolha de seu sucessor. Cerca de 135 cardeais com menos de 80 anos são esperados para o conclave, e os principais nomes cotados revelam posturas distintas sobre temas considerados sensíveis dentro da Igreja Católica.


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O vaticanista Edward Pantin, no The College of Cardinals Report, destacou 12 cardeais com maior chance de assumir o papado. Eles representam diferentes regiões do mundo e suas declarações anteriores ajudam a mapear o rumo que a Igreja pode tomar nos próximos anos. Entre os temas que mais dividem opiniões estão a bênção a casais LGBT+, o celibato opcional e a ordenação de mulheres.


Cardeais como Matteo Zuppi, da Itália, são abertamente favoráveis à inclusão de casais do mesmo sexo, além de defenderem a comunhão para divorciados e a flexibilização do celibato. Em contraposição, nomes como Robert Sarah, da Guiné, e Willem Eijk, da Holanda, mantêm uma postura firme contra qualquer abertura nesse sentido.



Luis Antonio Tagle, das Filipinas, visto como uma continuidade do legado de Francisco, adota uma posição ambígua sobre a união LGBT+ e o celibato, enquanto Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, também evita declarações incisivas, embora já tenha demonstrado apoio à pauta ambiental e à comunhão de divorciados recasados.


Charles Bo, de Mianmar, e Anders Arborelius, da Suécia, seguem linha semelhante, com falas discretas ou ambíguas sobre questões de gênero e sexualidade, mas são favoráveis à atuação da Igreja em pautas ambientais e sociais.



Outros cardeais como Jean-Marc Aveline (França), Fridolin Ambongo Besungu (Congo), Pierbattista Pizzaballa (Itália) e Péter Erdo (Hungria) adotam silêncio ou cautela em relação à união LGBT+, reforçando a complexidade do cenário atual da Igreja.


Embora sete brasileiros estejam entre os cardeais com direito a voto, nenhum aparece entre os favoritos listados por Pantin. A sucessão papal deve refletir os conflitos e transformações enfrentados pela Igreja Católica em um mundo em constante mudança.



A diversidade de opiniões entre os cotados evidencia o desafio do próximo papa: equilibrar tradição e renovação em um contexto onde temas como união entre pessoas do mesmo sexo e igualdade de gênero se tornam cada vez mais presentes no debate religioso.


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