Sebastião Coelho expõe estratégia no julgamento de núcleo de golpe

Advogado defende ex-assessor Filipe Martins e questiona atuação de ministros no STF

Por Plox

22/04/2025 11h53 - Atualizado há 17 dias

O julgamento do segundo núcleo de acusados por participação na suposta tentativa de golpe de Estado começou na manhã desta terça-feira (22), às 9h30, em Brasília. O processo está sendo conduzido pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).


Imagem Foto: Reprodução


Entre os presentes na sessão, o advogado Sebastião Coelho, desembargador aposentado, acompanha o caso como defensor de Filipe Martins, ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência durante o governo Bolsonaro.


Sebastião revelou que pretende trazer novamente à tona pontos que já haviam sido rejeitados anteriormente durante o julgamento do primeiro núcleo. Entre os argumentos, ele questiona a competência do STF para julgar os réus e levanta suspeitas sobre a imparcialidade dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino.



Apesar do cenário, o advogado se mostra otimista quanto ao desfecho. Ele afirma perceber abertura entre os ministros para não acolherem a denúncia contra Martins. Coelho também criticou a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo ele, tem causado prejuízos a diversos investigados por apresentar acusações que considera infundadas.


\"Essa sessão de julgamento é ao vivo, a gente não sabe o que pode acontecer, mas a minha pretensão é ir trabalhar. Nós temos que focar no trabalho\", disse o advogado.

Ele afirmou ainda não haver motivos pessoais em sua relação com o ministro Alexandre de Moraes. Segundo Coelho, \"o ministro Alexandre de Moraes vai ser juiz, como tem que ser, e eu vou ser advogado. Não tem questões de embate público\".



Filipe Martins ficou conhecido nacionalmente em março de 2021, após ser flagrado fazendo um gesto durante uma sessão no Senado que foi interpretado como semelhante ao utilizado por grupos supremacistas brancos. Ele também foi preso preventivamente por seis meses no âmbito das investigações sobre os atos do dia 8 de janeiro.


A detenção foi justificada por uma suposta tentativa de fuga do país, após seu nome constar na lista de passageiros de um voo presidencial para Orlando, nos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A defesa, no entanto, sustentou que ele nunca embarcou e estava no Brasil naquela data, o que levou à sua posterior soltura.



De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Martins é apontado como responsável por redigir uma das minutas do suposto golpe. O documento previa, entre outras ações, a prisão dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco, então presidente do Senado.



O julgamento segue em curso no STF e deve definir os rumos do processo para os demais acusados considerados integrantes do núcleo 2.


Destaques