STF julga segundo grupo acusado de tentativa de golpe
Entre os alvos estão seis ex-integrantes do governo Bolsonaro e outros 27 denunciados por crimes como organização criminosa e dano qualificado
Por Plox
22/04/2025 08h45 - Atualizado há 16 dias
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta terça-feira (22) à análise da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o segundo grupo de suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

A acusação envolve seis antigos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, todos ligados à segurança pública e à estrutura do governo anterior, além de outras 27 pessoas. As denúncias apontam cinco crimes distintos: tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Esse grupo, denominado “Núcleo 2”, é composto por Fernando de Sousa Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do Distrito Federal; Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência; Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva do Exército e ex-assessor presidencial; Marília Ferreira de Alencar, delegada da PF e ex-subsecretária de Segurança Pública do DF; Mário Fernandes, general da reserva; e Silvinei Vasques, que comandou a Polícia Rodoviária Federal durante o governo Bolsonaro.
Segundo a PGR, esses nomes tiveram papel fundamental para sustentar a permanência indevida de Bolsonaro na Presidência, articulando estratégias que afrontariam a ordem democrática. As sessões para julgamento foram marcadas para os horários das 9h30 e 14h desta terça-feira e às 9h30 da quarta-feira (23), sob a presidência do ministro Cristiano Zanin, que conduz a Primeira Turma do STF.
“A análise busca definir se há elementos suficientes para transformar os denunciados em réus, o que daria início a uma ação penal com coleta de depoimentos e provas adicionais”, informou a Corte
. Também compõem a Primeira Turma os ministros Alexandre de Moraes — que é o relator do caso —, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.
O STF já programou sessões para analisar outros núcleos da investigação, enquanto o quinto grupo ainda aguarda apreciação por Moraes. O caso é tratado com prioridade pelo Supremo, que vem conduzindo os processos ligados aos atos antidemocráticos com celeridade desde os eventos de 8 de janeiro de 2023.