Gaeco aponta mais crimes de vereadores e servidores; pode haver mais prisões

Denúncias contra dois vereadores foram ofertadas pelo Ministério Público

Por Plox

22/05/2019 16h42 - Atualizado há quase 5 anos

O Ministério Público de Ipatinga ofereceu denúncias contra dois vereadores presos pela Operação Dolus. As denúncias pesam em desfavor de Luiz Márcio, do PTC, e Ozimar Barbosa, o Masinho. 

De acordo com o MP, contra Luiz Márcio consta a imputação de mais um crime de concussão, ou seja, ele exigia de um dos seus assessores parte dos salários. A denúncia aponta que o parlamentar contratou um assessor de gabinete e após o início dos trabalhos teria exigido que o servidor fizesse um empréstimo bancário de pouco mais de R$ 20 mil.

Conforme o órgão, o assessor de Luiz Márcio solicitou o empréstimo no dia oito de junho do ano passado. O dinheiro seria pago parceladamente e  descontado na folha de pagamento. Após ser liberado o dinheiro, o servidor o repassou diretamente ao acusado. A justificativa era que o valor seria utilizado para quitar “contas”, que, contudo, não foram especificadas.

MASINHO

Contra o vereador, a denúncia aponta que ele contratava funcionários “fantasmas”, para prestação de serviços na Casa, mas esses não exerciam suas funções junto ao Poder Legislativo Municipal. O Ministério Público informou que tem as falsas folhas de ponto dos servidores. Aparentemente, eles compareciam para assinar a folha de ponto mas, de fato, não executavam os serviços para os quais foram contratados.

“Com relação ao Masinho, nós temos uma nova imputação de quadrilha. Há também outros servidores, além dos fantasmas, que formaram a quadrilha para a prática do crime de peculato. Uma das servidoras “fantasmas” do vereador tinha uma sorveteria. Em troca do salário, ela repassava sorvetes para projetos sociais ligados ao vereador Ozimar. As investigações continuam e estamos atentos aos novos fatos”, explica o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, Gaeco, Bruno Schiavo.

bruno(Foto: Marcelo Augusto/ Plox)

O promotor disse que essas denúncias são acréscimos do que já foi apurado. Porém, agora envolve um número maior de pessoas, o que pode resultar em novas prisões. “Nós temos prazos determinados para concluir as investigações, mas é possível dadas as complexidades, de pedir prorrogações. Estamos observando rigorosamente os prazos processuais, de oferecimento de denúncia e não é possível dizer quando vão terminar as apurações. Precisamos aprofundar um pouco mais porque após o início da operação [Dolos] tiveram pessoas que nos procuraram e relataram fatos em teses criminosas que nós precisamos apurar”, finaliza. Ainda há outros fatos que estão sendo apurados e outros sob segredo da Justiça.

OPERAÇÃO DOLUS

A ação foi deflagrada no dia 15 de fevereiro deste ano na Câmara Municipal de Ipatinga pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco. As investigações apuram irregularidades dentro da Casa Legislativa. 

Sete vereadores e dois assessores foram presos, até o momento. O primeiro parlamentar a ir preso foi Luiz Márcio, do PTC. Posteriormente, Rogerinho, ex-PSL, Wanderson Gandra, do PSC, José Geraldo Andrade, do Avante, Paulo Reis, do PROS, Masinho, do PSC, e Gilmarzinho, do PTC.

Além dos parlamentares, estão detidos dois assessores.

Andrade pagou fiança e está solto em caráter restritivo.

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