Cravolândia reconsidera decisão de abater animais abandonados após polêmica

Cravolândia reconsidera decisão de abater animais abandonados após polêmica

Por Plox

22/05/2023 09h07 - Atualizado há quase 2 anos

Em uma cidade de pouco mais de 5.000 habitantes, situada aproximadamente 300 km distante da capital baiana, Salvador, uma decisão da Prefeitura de Cravolândia suscitou controvérsia e teve grande repercussão. No dia 5 de maio de 2023, foi decretado que animais abandonados encontrados na via pública deveriam ser abatidos, o que causou uma onda de indignação, levando a prefeitura a alterar os planos após o incidente.

A Lei e os Direitos dos Animais

A legislação brasileira atual estabelece diretrizes claras sobre o tratamento de animais. O abate de animais é legalmente permitido apenas para consumo e rituais religiosos, desde que estes não envolvam crueldade. Em casos de animais que sofrem de doenças graves ou enfermidades incuráveis, o sacrifício é admitido.

A Lei Federal 14.228/2021, especificamente, protege os cães e gatos em situação de rua, proibindo "a eliminação destes animais pelos órgãos de controle de zoonoses, canis públicos e estabelecimentos oficiais congêneres, salvo as disposições específicas que permitam a eutanásia".

Repercussão e Mudança de Plano

O decreto original da prefeitura de Cravolândia estabelecia que, na ausência de um tutor identificado para os animais encontrados nas ruas dentro de um prazo de cinco dias, e caso não fosse possível realizar doação ou venda, o abate dos mesmos seria autorizado. Isso implicava, inclusive, em animais sadios.

Esse decreto gerou uma reação intensa. Grupos de proteção animal, assim como a Promotoria e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), se posicionaram contra o decreto e solicitaram alterações à prefeitura.

Em resposta à reação, a Prefeitura de Cravolândia emitiu uma nota na última sexta-feira (19), através das redes sociais. Afirmou que o decreto visava principalmente regulamentar a situação local, com o objetivo de "chamar os tutores desses animais à responsabilidade, e, assim, preservar a vida das pessoas que transitam nas vias públicas e encontram-se expostas a riscos de eventual acidente".

Quanto às medidas a serem adotadas, a prefeitura declarou que "é importante esclarecer que qualquer ação será sempre antecedida de orientação técnica, feita pelo médico veterinário, e desde que devidamente comprovado que será o melhor para o animal".

A prefeitura finalizou afirmando que "não pretende e, principalmente, não irá realizar o abate de animais. Todos os animais que por ventura venham a ser apreendidos serão acomodados em locais que lhe garantam dignidade, contando com alimentação e água necessária ao seu bem-estar".

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