MEC lança consulta pública através de WhatsApp para obter feedback sobre o novo ensino médio

O MEC pretende obter informações relevantes e uma visão abrangente do sistema educacional em todos os estados brasileiros, incluindo as opiniões de gestores escolares e educacionais

Por Plox

22/05/2023 09h40 - Atualizado há cerca de 2 anos

 

Início de uma Ampliação no Diálogo com a Comunidade Escolar

O Ministério da Educação (MEC) deu mais um passo importante nesta segunda-feira (22) para melhor entender as opiniões da comunidade escolar em relação ao novo ensino médio. Lançou uma consulta pública através do aplicativo de mensagens WhatsApp, visando ouvir tanto alunos quanto professores, e assim, construir um cenário mais completo e fundamentado sobre os impactos deste novo modelo.

 

MARCELO CAMARGO/ AGÊNCIA BRASIL

O MEC pretende obter informações relevantes e uma visão abrangente do sistema educacional em todos os estados brasileiros, incluindo as opiniões de gestores escolares e educacionais. Para isso, a pesquisa, que possui uma abordagem tanto quantitativa quanto qualitativa, será enviada para um total estimado de 100 mil pessoas.

Como Participar da Pesquisa

As pessoas selecionadas para participar da pesquisa receberão um código QR via WhatsApp, que permitirá o acesso a um questionário. Esta seleção será realizada por um instituto especializado, garantindo um recorte representativo da comunidade escolar no país.

Desdobramentos do Estudo

Esta pesquisa é apenas uma das muitas etapas da consulta pública, iniciada pelo MEC em 24 de abril, que inclui a plataforma online Participa + Brasil. As contribuições na plataforma podem ser feitas até o dia 6 de junho.

Após a conclusão desta etapa, a Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (SASE) terá 30 dias para apresentar um relatório ao Ministro da Educação, Camilo Santana. Este relatório consolidará os resultados da consulta e fornecerá insights importantes para a reestruturação do ensino médio no Brasil.

Avaliações Sobre o Novo Ensino Médio

Muitos veem a necessidade dessa consulta, incluindo Kandice Ferreira, professora de Língua Portuguesa em Aratuba, Ceará. Ferreira expressou seu entusiasmo pela pesquisa, dizendo: "É importante consultar quem está à frente na sala de aula. Normalmente ficamos sabendo depois que [as pesquisas] são realizadas."

O novo ensino médio foi temporariamente suspenso em 5 de abril, aguardando a coleta de opiniões e dados mais completos através da consulta do MEC. Ferreira, que ensina o segundo ano do ensino médio, aponta que nem todas as escolas possuem infraestrutura adequada para implementar os novos currículos, como ciências da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e sociais aplicadas.

Apesar das dificuldades, Ferreira vê a potencialidade do novo modelo: "A ideia é boa, mas na prática não está sendo proveitosa". Ela enfatiza a importância de não deixar de lado aspectos fundamentais do ensino, como a gramática e a literatura, elementos essenciais no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Além da Pesquisa: Outras Estratégias de Engajamento

Em um esforço para engajar ainda mais a comunidade escolar, o MEC também está realizando uma série de webinários, seminários, encontros e audiências públicas. O cronograma completo dessas atividades pode ser encontrado no site oficial do Ministério.

Reestruturando o Ensino Médio

O ministro Santana decidiu suspender a implantação do novo ensino médio em abril, dando espaço para que essa iniciativa de consulta colete dados e opiniões que possam contribuir para uma reestruturação mais efetiva do sistema.

A medida é vista com bons olhos por educadores como a professora Ferreira, que vê na consulta uma oportunidade de tornar o ensino médio mais alinhado com a realidade das escolas e as necessidades dos estudantes. A intenção é que, com base nas opiniões coletadas, o MEC possa desenvolver um modelo que não só respeite a diversidade das experiências educacionais, mas também promova a equidade no acesso à educação de qualidade.

Rumo a um Ensino Médio mais Inclusivo e Eficaz

Apesar dos desafios apontados pelos críticos do novo ensino médio, como o risco de ampliação das desigualdades, a expectativa é de que as consultas conduzidas pelo MEC promovam um diálogo mais inclusivo e eficaz com a comunidade escolar.

Com a participação ativa de alunos, professores e gestores, a pesquisa espera coletar dados significativos que possam guiar o processo de reestruturação, garantindo que o novo modelo atenda às demandas reais de quem está no dia a dia das salas de aula.

Dessa forma, o MEC reforça seu compromisso com um ensino médio de qualidade e equitativo, ouvindo e valorizando as vozes daqueles que são os principais atores do processo educacional: os estudantes, professores e gestores escolares.

 

 

 

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