O Embate entre o Governo Lula e o Setor Agropecuário
Pedro Lupion fez menção à postura que, segundo ele, é marcada pela agressividade de Lula em relação ao agronegócio
Por Plox
22/05/2023 14h00 - Atualizado há quase 2 anos
Em meio a uma conjuntura política delicada, uma recente tensão vem se desenhando no horizonte do setor do agronegócio brasileiro. Este cenário foi intensificado pelas declarações do deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), que preside a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), acerca do posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) frente ao setor agrícola.
Lupion e a Contenda com o Governo

Pedro Lupion fez menção à postura que, segundo ele, é marcada pela agressividade de Lula em relação ao agronegócio. O deputado paranaense alegou, em entrevista concedida ao jornal O Globo, que tal atitude do presidente complica o relacionamento com o setor e impacta negativamente as ações conduzidas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
No contexto de suas declarações, Lupion também se refere a um evento emblemático recente: a Agrishow, considerada a maior feira agrícola da América Latina. A feira teria "desconvidado" Fávaro, preferindo a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para Lupion, porém, o real desafio na relação com o governo não reside nesse incidente, mas sim no apoio de Lula ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e nas críticas que o presidente tece ao agronegócio.
O Retorno de um Lula Político?
Em suas palavras, Lupion afirmou: “Infelizmente, temos de volta um Lula político de antigamente, que tem sido agressivo com o setor. Lula já chamou os ruralistas de fascistas e maus-caracteres. Isso nos afasta, fica difícil ter bom relacionamento. Quando ele se empolga no microfone, a relação fica desgastada”.
Inquérito Parlamentar e o MST
Pedro Lupion se pronunciou ainda sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, que pretende investigar a origem dos recursos utilizados pelo grupo para realizar as invasões de terra. Ele afirma existir uma ligação estreita entre os militantes e o governo, dizendo que eles exercem uma influência direta sobre o poder Executivo.
A posição do deputado é assertiva: "Se Lula criar um muro com a bancada pela atuação da CPI, teremos a prova de que o governo corrobora com esse movimento e com essas invasões ilegais”.
Posicionamento do Vice-Presidente da FPA
Ademais, as declarações do vice-presidente da FPA, Evair de Melo (PP-ES), também vieram a público, com críticas diretas à relação do governo Lula com o MST. Melo mencionou a possibilidade de ruptura do diálogo com o Palácio do Planalto. Para ele, o governo deixa claro seu posicionamento ao participar de eventos e se retratar ao lado de líder