Professor de literatura explica porque escritora americana se encantou por livro de Machado de Assis

Vendas do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas estouraram após vídeo de influenciadora viralizar no Tik Tok

Por Plox

22/05/2024 18h26 - Atualizado há cerca de 2 meses

A tradução para o inglês do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, foi parar em primeiro lugar nas vendas da Amazon de literatura latino-americana e caribenha. O interesse “repentino” dos leitores veio depois que uma resenha da influenciadora norte-americana Courtney Henning Novak viralizou no Tik Tok. E você, conhece a história de Brás Cubas ou já leu outro livro de Machado de Assis? O Plox recebe em seu estúdio o professor de literatura José Maria Honorato Moreira para explicar por que o escritor é um dos maiores do Brasil. Acompanhe o bate-papo!


 “Eu absolutamente amei Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Seriamente, este é provavelmente meu novo livro favorito. Eu vou definitivamente ler mais livros desse autor e mais literatura brasileira”.

 

O livro saiu pela editora Penguin Classics com tradução de Flora Thomson-DeVaux. Em segundo lugar no ranking da Amazon, está o livro Amor nos Tempos do Cólera, do colombiano Gabriel García Marques. Em terceiro na lista, consta, equivocadamente classificado como latino-americano, o autor russo Fiodor Dostoiévski, com O Idiota. 


Machado de Assis: o primeiro imortal da Academia Brasileira de Letras

Machado de Assis é um escritor do século 19 e 90% dos seus escritos são sempre baseados na realidade nacional de sua época. Ele é um grande conhecedor do que acontece no Brasil durante os anos em que ele viveu. 


Flora Thomson-DeVeaux, tradutora para o inglês do romance de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, em entrevista ao jornal O Globo, disse que não se surpreende com o sucesso da obra. "O que me encanta em “Brás Cubas” é que, ainda hoje, no ano da graça de 2024, ele continua quebrando regras. Você lê e fica: “Ué, mas pode isso?”. Machado já chega rasgando o regulamento. O narrador morreu, mas ninguém te conta como ele consegue escrever o livro. Parece que Machado está te vendo, prevendo todos os seus incômodos e objeções e dizendo que não está nem aí. É libertador."


Flora é nascida nos Estados Unidos, tem 32 anos e vive no Rio de Janeiro. Brás Cubas foi o primeiro romance de Machado que Flora leu, ainda na faculdade. Ela traduziu “Brás Cubas” durante seu doutorado, na Universidade Brown, e conseguiu publicá-lo em 2020. Ela pesquisou a história da recepção do livro nos Estados Unidos, revisitou as traduções já existentes em língua inglesa e dialogou com a crítica machadiana.


 

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