'Careca do INSS' tenta proibir apelido na Justiça, mas pedido é negado
Apelido usado pela PF em investigações foi motivo de queixa-crime por empresário apontado como articulador de fraudes no INSS
Por Plox
22/05/2025 18h10 - Atualizado há 2 dias
O empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, apontado pela Polícia Federal como o principal articulador de um esquema fraudulento envolvendo aposentadorias e pensões do INSS, buscou na Justiça o direito de não ser mais chamado pelo apelido que o tornou conhecido nacionalmente: 'Careca do INSS'.

Nesta quinta-feira (22), a Justiça do Distrito Federal rejeitou a ação movida por Antunes. Ele havia apresentado uma queixa-crime por calúnia e difamação, alegando que o uso do apelido por veículos de imprensa feria sua honra. No entanto, o pedido foi indeferido.
O apelido surgiu a partir das investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Sem Desconto. A alcunha foi mencionada em relatórios enviados à Justiça, e rapidamente passou a estampar manchetes e reportagens sobre o caso.
Segundo a investigação conduzida em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), Antunes teria movimentado R$ 53,5 milhões em transações ligadas a entidades sindicais e empresas associadas. Entre 2023 e 2024, ele também teria repassado R$ 9,3 milhões a pessoas ligadas a servidores do INSS.
A Polícia Federal afirma que Antunes atuava como lobista no esquema, considerado uma das maiores fraudes recentes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social. Em apenas 129 dias, ele teria movimentado R$ 12,2 milhões em contas bancárias.
Além disso, foram identificadas 22 empresas registradas em seu nome, atuando em setores como consultoria, call center, comércio atacadista e varejista, locação de veículos e incorporação imobiliária. Parte dessas empresas, segundo os investigadores, teria sido utilizada para intermediar os repasses de valores desviados dos benefícios previdenciários.
O apelido surgiu em relatórios da própria Polícia Federal e passou a ser repetido pela imprensa em reportagens sobre a operação
O empresário segue sendo alvo das apurações da Operação Sem Desconto, que investiga o esquema milionário de descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões no país.