Dilma é reconhecida como anistiada política e receberá R$ 100 mil
Comissão do Ministério dos Direitos Humanos aprova por unanimidade indenização a ex-presidente por perseguições durante a ditadura
Por Plox
22/05/2025 11h59 - Atualizado há 1 dia
A Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, tomou uma decisão unânime nesta quinta-feira (22): reconheceu a ex-presidente Dilma Rousseff como anistiada política.

A decisão foi tomada com base nas violações cometidas contra Dilma durante o regime militar que controlou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985. Além do reconhecimento, o colegiado aprovou a concessão de uma indenização no valor de R$ 100 mil à ex-presidente.
Dilma apresentou um requerimento formal relatando ter sido presa em 1970, aos 22 anos, e submetida a sessões de tortura enquanto estava sob custódia do regime. Os fatos ocorreram durante sua atuação em movimentos de resistência contra a ditadura.
Em sua defesa, a ex-presidente ainda destacou outros episódios de perseguição política: em 1969, foi obrigada a abandonar o curso de Economia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já em 1977, foi forçada a pedir demissão da Fundação de Economia e Estatística (FEE), vinculada ao governo do Rio Grande do Sul.
Durante a sessão, o conselheiro Rodrigo Lentz, relator do processo, afirmou que o reconhecimento não se trata de um gesto de clemência, mas sim de um instrumento de justiça. \"A anistia de 1988 é um instrumento de reconstrução democrática e reconhecimento do sofrimento político como violência de Estado. Jamais poderá ser confundida com impunidade a conspirações autoritárias contra o regime democrático\", declarou.
A decisão marca mais um capítulo no processo de reparação histórica a vítimas do regime autoritário que vigorou no Brasil por mais de duas décadas.