Cão permanece ao lado de tutor morto e emociona moradores de cidade paulista

A lealdade entre um homem e seu cão ganhou um novo capítulo comovente em Pontes Gestal, interior de São Paulo. Na tarde de quinta-feira, 19 de junho, o corpo de Carlos André Oliveira Santos, de 36 anos, foi encontrado em uma estrada rural da cidade. Ao seu lado, permanecia Barão, seu fiel companheiro canino, demonstrando uma devoção que tocou profundamente a comunidade local.

Foto: Arquivo Pessoal

Carlos estava desaparecido desde a noite de terça-feira, 17 de junho. Ele foi visto pela última vez por volta das 18h30, nas proximidades da Curva da Garça, na saída para a usina Bungue, acompanhado de Barão. Preocupados com seu sumiço, familiares e amigos iniciaram buscas intensas, que culminaram na descoberta do corpo dois dias depois por um jornalista local.

O jornalista Danilo Alves dos Santos, responsável por encontrar Carlos, relatou que Barão rosnava para quem tentava se aproximar do corpo, como se estivesse protegendo o amigo. \"Eu e um amigo nos dispomos pelas buscas em encontrar a resposta para a família. Então, eu ouvi um chiado do cachorro. Assim, Barão avisou que Carlos estava ali, já sem vida. Hoje eu pude ver que realmente o cachorro é o melhor amigo do homem, ele não deixava ninguém chegar perto\", comentou Danilo.

Atualmente, Barão está sob os cuidados de Jucilene Dantas Medeiros, enteada de Carlos. Ela conta que o cão passa horas uivando ou latindo, como se esperasse que, a qualquer momento, o tutor voltasse. \"O Barão fica choramingando, está sentindo muita falta. Ele fica perto da bicicleta que era do Carlos e reconhece pelo cheiro também\", lamenta Jucilene.

Barão chegou à família ainda filhote. A mãe de Jucilene pediu que o cão ficasse na propriedade rural onde morava com Carlos, para ajudar na vigilância. Com o tempo, Barão e Carlos tornaram-se inseparáveis. \"Era muito companheiro do Carlos. Ele tinha que pedir para o Barão ficar para que ele pudesse sair sem ser perseguido. Era o melhor amigo do Carlos\", comenta Jucilene.

A Polícia Civil investiga a causa da morte de Carlos. Segundo informações do boletim de ocorrência, ele era alcoólatra, tomava remédios e tinha problemas de saúde, como pressão alta e convulsões. Jucilene revelou que Carlos estava há dias sem beber, o que pode ter levado a quadros de abstinência e alucinação. \"Nesse dia, ele saiu sozinho dizendo que estava sendo perseguido e acho que acabou morrendo devido ao frio\", pontua a mulher.

A história de Carlos e Barão é um testemunho tocante da conexão profunda entre humanos e seus animais de estimação, lembrando a todos sobre a fidelidade e o amor incondicional que os cães podem oferecer.