Carlos Bolsonaro e Ramagem são alvos de indiciamento por espionagem ilegal na Abin

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está prestes a decidir se apresentará denúncia contra os envolvidos no caso conhecido como 'Abin paralela'. O relatório da Polícia Federal (PF), que investiga o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 18.

Foto: Divulgação

Entre os 36 indiciados pela PF estão o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin. A investigação aponta que a agência adquiriu um sistema espião para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país.

O relatório da PF destaca que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi o principal beneficiário das ações da 'Abin paralela'. Embora não tenha sido formalmente indiciado, Bolsonaro é apontado como integrante do 'núcleo político' da organização, ao lado de seu filho Carlos Bolsonaro. Este núcleo seria responsável por definir diretrizes estratégicas e os principais alvos da estrutura clandestina.

Carlos Bolsonaro é acusado de idealizar a criação dessa estrutura paralela de inteligência por desconfiar das instituições oficiais. A PF afirma que ele exerceu papel de comando na estratégia de desinformação e na articulação de estruturas clandestinas.

Além de Carlos Bolsonaro e Ramagem, a lista de indiciados inclui membros da atual gestão da Abin, como os delegados Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da agência, Luiz Carlos Nóbrega, chefe de gabinete, e José Fernando Chuy, corregedor-geral. Todos são acusados de obstrução de Justiça.

A PGR, sob a liderança de Paulo Gonet, avaliará o material investigado e poderá optar por arquivar o caso, oferecer denúncia à Justiça ou solicitar novas diligências à PF. A decisão sobre os próximos passos será tomada nos próximos dias.