Irã aprova fechamento do Estreito de Ormuz após ataque dos EUA

Neste domingo (22), o Parlamento do Irã decidiu aprovar uma medida que pode fechar o Estreito de Ormuz, importante corredor marítimo por onde circula cerca de 20% do petróleo consumido no mundo. A aprovação ocorreu como resposta ao ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, ocorrido na noite de sábado (21).

Caso essa decisão avance, ela precisará ainda ser ratificada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo aiatolá Khamenei. A partir daí, o bloqueio poderia ser efetivado a qualquer momento, seguindo o que afirmou o parlamentar e comandante da Guarda Revolucionária, Esmail Kosari:

“está na agenda” e será aplicado “sempre que necessário”

.

Se confirmado o bloqueio, o impacto será imediato no mercado mundial de petróleo, já que entre 17,8 e 20,8 milhões de barris diários passariam a ficar retidos — o equivalente a cerca de um quinto da oferta global. A passagem conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã, desaguando no Mar da Arábia, e possui sua parte mais estreita com apenas 33 km de largura.

A iniciativa iraniana ocorre logo após o anúncio do presidente Donald Trump, dos EUA, de que as Forças Armadas norte-americanas realizaram um “ataque muito bem-sucedido” a bases nucleares iranianas — Fordow, Natanz e Isfahan — usando 14 bombas, entre elas mísseis Tomahawk.

Especialistas alertam para uma provável escalada dos preços da commodity, pois uma interrupção duradoura na circulação pelo Estreito pode agravar ainda mais a oferta global já pressionada por instabilidades geopolíticas.

A possível inclusão do Estreito de Ormuz no leque de ações de retaliação do Irã eleva a tensão no Oriente Médio e coloca em xeque a estabilidade dos mercados internacionais de energia, que acompanham os desdobramentos à espera de novas definições do governo iraniano.