Mulher perde guarda do filho pequeno por morar em comunidade carioca

Juiz afirmou que a criança precisa de uma referência do sexo masculino

Por Plox

22/07/2019 15h00 - Atualizado há cerca de 5 anos

Uma mãe, moradora do Rio de Janeiro, se surpreendeu com a decisão da Justiça que tirou a guarda do filho de 8 anos. Segundo informações de O Globo, a decisão desfavorável foi motivada pela moradia da mulher, que fica no bairro Manguinhos, uma comunidade na zona norte. O juiz afirmou também que a criança precisa de uma referência do sexo masculino.

 Rosilaine Santiago luta na Justiça para permanecer com a guarda do filho — Foto: Arquivo pessoal

Rosilaine e o filho de 8 anos- Foto: Arquivo Pessoal

O casal se conheceu em 2010 e rapidamente, o pai do garoto foi morar na casa de Rosilaine Santiago. Ela reside em imóvel próprio com a criança e o filho de 15 anos, fruto de um outro relacionamento. A mulher atua como agente de saúde e o garotinho de 8 anos estuda em uma escola particular. Já o pai do menino é um suboficial da Marinha, que mora em Joinville e não o vê há quatro anos, desde que os pais se separaram, supostamente por violência doméstica. Numa primeira decisão, onde o magistrado que concedeu a guarda ao militar, alegou que Rosilaine residia em “lugar insalubre" e descrevia o Rio de Janeiro como "uma sementeira de crimes".

Rosilaine Santiago perde a guarda do filho caçula na Justiça por ser moradora da Favela de Manguinhos — Foto: Arquivo pessoal

Rosilaine Santiago perdeu a guarda do filho de 8 anos-Foto: Arquivo pessoal

 A decisão foi anulada e voltou à primeira instância, mas o juiz deu o mesmo resultado em favor do suboficial. A defesa de Rosilaine vai entrar com um recurso pedindo a anulação. A mulher garante que não desistirá de seu filho. "Ele sofre, chora, me abraça, abraça também os amiguinhos. Mas eu falei que não vou desistir dele, que ele não tem que ter medo. (...) Meus filhos são tudo para mim. Não foram acidentes. Foi tudo preparado para a chegada deles. Eu sempre fiz e faço tudo por eles", garante. A defesa do pai do menino diz que ele não mora em Manguinhos por ser “jurado de morte”.

Atualizada às 17h10

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