Operação das Forças Armadas apreende mais de uma tonelada de 'ouro negro' na Terra Yanomami
Forças Armadas desmantelam dois garimpos ilegais e apreendem grande quantidade de cassiterita na região de Waikás
Por Plox
22/07/2024 10h54 - Atualizado há 8 meses
Forças Armadas desmantelam dois garimpos ilegais e apreendem grande quantidade de cassiterita na região de Waikás
Apreensão significativa na Terra Yanomami As Forças Armadas realizaram uma operação de grande impacto na Terra Indígena Yanomami, na região de Waikás, em Roraima. Foram desmantelados dois garimpos ilegais, onde foram encontrados 200kg de cassiterita embalados em sacos e aproximadamente 1 tonelada do mineral espalhada em montes. A operação, batizada de Catrimani II, foi coordenada pelo Ministério da Defesa e ocorreu no sábado (20).

Foto: Ministério da DefesaParticipe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
Cassiterita: o valioso 'ouro negro' A cassiterita, conhecida como "ouro negro" devido à sua cor e alto valor no mercado, é um minério essencial para a obtenção do estanho, utilizado na fabricação de smartphones e tablets. Este material é fundamental na composição das telas e placas de circuitos eletrônicos, com um valor médio de R$ 56 por quilo.
Destruição de equipamentos de garimpo Durante a operação, diversos equipamentos utilizados pelos garimpeiros ilegais foram destruídos. A missão, chamada de Xaraka II (que significa 'flecha' no dialeto Yanomami), contou com a participação de militares do Destacamento de Operações Especiais da Marinha e agentes da Força Nacional de Segurança. Essas forças têm atuado juntas no combate ao garimpo ilegal e outros crimes na Amazônia.
Outras operações contra o garimpo ilegal Em junho, outra operação foi realizada na região de Xitei, próxima a Surucucu, onde militares combateram garimpos ilegais. No início de julho, tropas destruíram 11 pistas usadas por aeronaves na região de Campos Novos, como parte das ações contínuas contra o garimpo ilegal.
Policiais militares acusados de ligação com garimpeiros ilegais Paralelamente, uma megaoperação foi desencadeada em Roraima para investigar policiais militares acusados de integrar uma milícia que lucrava com o garimpo ilegal. Segundo o Ministério Público estadual, cerca de 100 policiais militares de Roraima estão sob suspeita. Em abril, um sargento e dois soldados foram presos, e na segunda fase da operação, realizada nesta segunda-feira, mais quatro PMs foram detidos.
Crimes e investigações envolvendo a milícia Os policiais suspeitos são acusados de inventar cenários de confronto para roubar dinheiro, ouro e cassiterita dos garimpeiros concorrentes, além de cometerem roubo, tortura, sequestro e tráfico de drogas. Desde 2021, diferentes promotorias investigam os crimes, que ganharam destaque com a prisão do ex-policial militar Gilson Viana, acusado de executar ao menos 12 pessoas. Ele fugiu de um presídio de Roraima em outubro de 2023.
Incidentes violentos envolvendo a milícia As investigações se intensificaram após a morte do soldado Ismael Palmeira da Silva durante um roubo de avião em setembro de 2022. Em março de 2023, uma operação resultou na prisão de três policiais militares, um policial penal, um policial civil e um ex-militar do Exército Brasileiro, todos investigados por diversos crimes, incluindo homicídios e sequestros.
Em janeiro de 2024, um homem foi agredido e roubado por policiais militares enquanto trafegava pela RR-205, uma estrada usada para acesso a garimpos ilegais. Em depoimento, ele revelou que foi abordado e agredido por PMs que suspeitavam de seu envolvimento com tráfico de drogas.
Mortes ligadas ao roubo de cassiterita Em março, um motorista foi assassinado após ser parado em uma estrada carregando cassiterita. Segundo o Ministério Público, os autores do crime são PMs milicianos, reforçando as acusações contra a milícia que opera em Roraima.