Alta do IOF preocupa setor de viagens internacionais no Brasil

Tributação de 3,5% imposta pelo STF eleva custos e gera impacto direto em passagens, hospedagens e seguros

Por Plox

22/07/2025 07h15 - Atualizado há 3 dias

Uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) está movimentando o setor de turismo brasileiro. O ministro Alexandre de Moraes autorizou o retorno da cobrança de 3,5% sobre operações internacionais com cartão de crédito, o que acende um sinal de alerta para quem planeja viagens ao exterior.


Imagem Foto: Pixabay


O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) agora recai não apenas sobre compras feitas com cartão — seja nacional ou internacional —, mas também sobre a compra de moedas estrangeiras em espécie e contratação de seguros de viagem. Esse aumento já gera expectativa de repasses por parte de companhias aéreas, redes hoteleiras e empresas de cruzeiros ao consumidor final.



Apesar do cenário, o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) em Minas Gerais, Alexandre Brandão, acredita que o impacto não será suficiente para reduzir a demanda por viagens internacionais. Ainda assim, ele aponta que a medida agrava a já pesada carga tributária:
\"Os gastos dos brasileiros no exterior serão impactados diretamente por essa tarifa\"

, ressalta Brandão.

O vice-presidente da entidade observa que até o uso do cartão para acumular milhas pode se tornar inviável, considerando que nem todos os programas oferecem bônus que compensem a tributação adicional.


O professor Cristiano Corrêa, especialista em Finanças do Ibmec-SP, alerta para um outro ponto: a volatilidade do dólar pode tornar a fatura ainda mais imprevisível. “A compra no crédito vai incidir o 3,5% do IOF sobre o valor total, mas depois você não sabe como será a movimentação do dólar. [...] No fechamento da fatura, pode haver um problema se essa taxa flutuar”, exemplifica.



Para escapar da incerteza cambial, uma alternativa seria utilizar cartões pré-pagos carregados previamente com dólar ou euro. Nesses casos, o valor da moeda e a alíquota do IOF são fixados no momento do carregamento.


Corrêa também faz um alerta sobre supostas promoções de cashback oferecidas por casas de câmbio. Ele explica que, em alguns casos, o imposto pode estar embutido no preço.
“Se o câmbio está R$ 5,30 e a casa vende a R$ 5,35 prometendo cashback, o cliente acaba pagando mais caro do que pagaria normalmente”

, esclarece.

Pensando em opções mais econômicas, Brandão recomenda destinos na América do Sul. Em muitos desses países, é possível trocar reais por moedas locais, o que reduz os impactos do IOF. “Nos Estados Unidos e na Europa não dá para fugir da troca da moeda, tendo que pagar o IOF”, conclui.



A preocupação do setor é clara: a medida impacta diretamente o bolso do brasileiro e coloca obstáculos adicionais para quem deseja explorar o mundo além das fronteiras nacionais.


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