Hugo Motta suspende comissões e trava articulações da oposição

Decisão impede atuação de subcomissões da direita durante o recesso parlamentar e paralisa ofensiva contra o STF

Por Plox

22/07/2025 10h34 - Atualizado há 10 dias

Em uma decisão que mudou os rumos da atuação da oposição durante o recesso parlamentar, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou a suspensão de todas as reuniões de comissões da Casa entre os dias 22 de julho e 1º de agosto de 2025.


Imagem Foto: Câmara dos Deputados


A medida administrativa, publicada oficialmente nesta terça-feira (22), cancelou de forma imediata as convocações que haviam sido feitas por parlamentares da oposição para manter atividades durante o recesso. Entre os atingidos estão subcomissões recém-criadas por deputados bolsonaristas, como parte de uma estratégia para coordenar ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF).



Essas subcomissões foram anunciadas pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), e tinham como foco alinhar discursos políticos, organizar manifestações e buscar apoio para pressionar o Senado em pautas como os pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes e os debates sobre anistia e foro privilegiado.


O despacho de Hugo Motta cita as \"atribuições regimentais\" da presidência da Casa como base para a decisão, reforçando que o impedimento é imediato. Na prática, a resolução barra todas as iniciativas previstas pelos oposicionistas para os próximos dias.



Deputados como Gustavo Gayer (PL-GO), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Zé Trovão (PL-SC) e Rodolfo Nogueira (PL-MS), que lideravam frentes dentro dessas subcomissões, foram diretamente afetados pela suspensão. As reuniões haviam sido planejadas como uma forma de manter a mobilização política mesmo durante o recesso legislativo.


A decisão de Hugo Motta ocorre num cenário de tensão crescente entre os poderes. Nos últimos dias, o Brasil viu medidas cautelares impostas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a aplicação de sanções diplomáticas por parte dos Estados Unidos. Nesse contexto, a ofensiva da oposição visava intensificar o embate com o STF e fortalecer sua base política para o segundo semestre.


“As atividades ficam suspensas entre os dias 22 de julho e 1º de agosto, conforme as atribuições regimentais da Presidência”, destacou Hugo Motta no ato publicado


A paralisação das comissões representa um revés para o grupo oposicionista, que apostava nas subcomissões como ferramentas-chave para manter a pressão institucional e impulsionar suas pautas mais polêmicas durante o recesso.


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