Lula afirma que guerra tarifária com EUA ainda não começou

Durante visita ao Chile, presidente disse que só haverá confronto comercial se Trump mantiver sanções

Por Plox

22/07/2025 09h08 - Atualizado há 3 dias

Durante sua viagem oficial ao Chile nesta segunda-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre as recentes sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. Acompanhado por líderes latino-americanos no evento 'Democracia Sempre', Lula falou com jornalistas e procurou minimizar a gravidade da situação, ao menos por enquanto.


Imagem Foto: Presidência


Segundo ele, o Brasil ainda não se encontra formalmente envolvido em uma guerra tarifária com os norte-americanos. “Não estamos numa guerra tarifária. Guerra tarifária vai começar quando eu der uma resposta ao Trump, se não mudar de opinião”, afirmou, deixando claro que uma reação mais firme dependerá das próximas decisões do governo dos EUA.


A medida de Trump, anunciada em carta enviada no dia 9 de julho, estabelece uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com validade a partir de 1º de agosto. O presidente americano justificou a nova política como reflexo de atitudes do governo brasileiro e do Supremo Tribunal Federal, que, segundo ele, estariam prejudicando a liberdade de expressão e alimentando perseguição política.



No documento, Trump cita diretamente o ministro Alexandre de Moraes e o tratamento judicial dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, indicando que os recentes embates internos no Brasil também influenciaram sua decisão. “Estaremos observando atentamente”, diz um trecho da carta, sinalizando que Washington seguirá acompanhando a situação política brasileira com atenção.


Enquanto isso, o governo Lula tem adotado uma postura diplomática e aguarda movimentações do Congresso norte-americano e da própria Casa Branca. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que está interinamente no exercício da Presidência, já iniciou conversas com representantes de grandes empresas de tecnologia e comércio internacional para tentar amenizar os efeitos das tarifas impostas.


O clima entre Brasil e Estados Unidos, embora tenso, ainda não atingiu o ponto de ruptura. Lula parece disposto a evitar um confronto imediato, mas também sinalizou que poderá reagir caso a posição de Trump se mantenha inflexível.


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