Polícia Civil inicia campanha de coleta de amostras biológicas de familiares de pessoas desaparecidas; saiba mais

Ação convoca familiares para doação de amostras biológicas que serão comparadas com bancos de perfis genéticos estadual e nacional

Por Plox

22/08/2024 17h34 - Atualizado há cerca de 2 meses

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) iniciou, entre os dias 26 e 30 de agosto, uma mobilização nacional focada na coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. O principal objetivo é incentivar esses familiares a fornecerem amostras biológicas que serão comparadas com os Bancos Estaduais de Perfis Genéticos, bem como com o Banco Nacional de DNA de pessoas vivas ou falecidas, cujas identidades ainda são desconhecidas.


PCMG / Divulgação

Engajamento dos familiares é crucial

De acordo com a delegada Ingrid Estevam, que chefia a Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida (DRPD), a participação ativa dos familiares é essencial para o sucesso do projeto, aumentando as chances de identificação dos desaparecidos. “A PCMG está devidamente preparada para receber, com toda a estrutura necessária, para que possamos alcançar resultados significativos”, destacou a delegada.

Avanços e resultados no uso de perfis genéticos

Nos últimos cinco anos, 26 pessoas foram identificadas graças ao banco de perfis genéticos, informou o perito criminal Giovanni Vitral, chefe do Laboratório de DNA da PCMG. Segundo ele, o trabalho do Instituto de Identificação começou em 2014, mas foi a partir de 2019, com o fortalecimento da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), que as compatibilidades começaram a ser processadas em maior volume. Isso foi possível devido ao aumento no número de amostras de restos mortais e de familiares analisadas.

Procedimentos para a coleta de DNA

Os familiares de desaparecidos devem seguir procedimentos específicos para a doação de amostras biológicas.

Em Belo Horizonte, a coleta começa com a emissão de uma requisição pericial na DRPD, para a qual é necessário apresentar um documento de identificação e o Registro de Evento de Defesa Social (Reds) do desaparecimento. Posteriormente, os familiares são encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) Dr. André Roquette, onde o material é coletado entre 8h e 18h.

No interior de Minas Gerais, o processo é semelhante. Os familiares devem primeiro procurar a Delegacia Regional de Polícia Civil para a emissão da requisição pericial. Em seguida, são direcionados ao Posto Médico-Legal mais próximo, onde a coleta é realizada nos mesmos horários.

Tipo de material genético coletado

Para a coleta de material genético, os familiares podem entregar objetos de uso pessoal do desaparecido, como escovas de dentes, barbeadores, roupas usadas, bonés, escovas de cabelo ou pentes que tenham sido de uso exclusivo. A preferência na coleta é dada a pais e mães, seguidos de filhos e irmãos de mesmo pai e mesma mãe (mínimo de dois).

O perito Giovanni Vitral enfatiza que a coleta é um procedimento simples e indolor. Após a coleta, o material é enviado ao Laboratório de DNA para a obtenção do perfil genético, que é então comparado com os perfis cadastrados nos bancos de dados. Atualmente, há 473 perfis genéticos de restos mortais não identificados de Minas Gerais no Banco Nacional, enquanto o Banco Estadual possui 533 perfis cadastrados.

Coletas continuam ao longo do ano

A PCMG reforça que a coleta de material biológico pode ser realizada durante todo o ano. Em Belo Horizonte, as coletas são feitas no IML Dr. André Roquette, enquanto no interior do estado, elas ocorrem nos postos Médico-Legais. A iniciativa busca aumentar as chances de identificação e trazer respostas às famílias que buscam por seus entes desaparecidos.

 

 

 

 

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