Cientistas revelam: 70% das tartarugas no RJ ingerem plástico, alertando para grave crise ambiental
Pesquisa destaca impacto severo da poluição plástica nos oceanos e a necessidade de políticas ambientais mais rigorosas
Por Plox
22/09/2024 14h27 - Atualizado há 3 meses
Um estudo inovador realizado no litoral centro-sul do Rio de Janeiro aponta para uma alarmante realidade: quase 70% das tartarugas-verdes encontradas encalhadas entre maio de 2019 e março de 2021 ingeriram plásticos. O levantamento, conduzido por cientistas da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), foi publicado na revista Ocean and Coastal Research e analisou o trato gastrointestinal de 66 tartarugas, revelando a presença de mais de 1.600 itens de resíduos, principalmente plásticos flexíveis, como sacolas.
Ameaça à biodiversidade marinha
O estudo revelou que a semelhança entre os resíduos plásticos e a alimentação natural das tartarugas é um dos principais fatores para a ingestão acidental desses materiais. Beatriz Guimarães Gomes, pesquisadora da Uerj, detalha: “A cor âmbar ou marrom e o tamanho dos resíduos plásticos, variando de 0,5 mm a 2,5 cm, facilitam essa confusão”. A ingestão de plástico pode causar obstruções intestinais, infecções e, em casos mais graves, a morte dos animais. Esse impacto ambiental estende-se à cadeia alimentar, incluindo os seres humanos, que também estão vulneráveis à contaminação por microplásticos.
Educação ambiental e políticas públicas como solução
Para mitigar essa crise, Beatriz Gomes ressalta a importância da educação ambiental e da conscientização sobre o consumo de plásticos descartáveis. "A transição para uma economia circular, com foco na redução, reutilização e reciclagem, é essencial para combater a poluição plástica nos oceanos", enfatiza. Além disso, a pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas mais rigorosas para a gestão de resíduos e a criação de alternativas sustentáveis aos plásticos.
Década do Oceano: uma mobilização global necessária
A ONU declarou a Década do Oceano, um movimento que visa unir esforços globais para a conservação e uso sustentável dos oceanos. Iniciativas como essa se tornam ainda mais cruciais diante do cenário apresentado pela pesquisa da UFF e Uerj, que traz à tona a urgência de medidas eficazes para proteger a biodiversidade marinha e garantir um futuro sustentável para os ecossistemas aquáticos.