Hezbollah lança mais de 100 foguetes após ataque aéreo israelense: tensão cresce no norte de Israel

A tensão entre Israel e o Hezbollah atingiu novos níveis neste domingo, 22 de setembro, com o lançamento de mais de 100 foguetes pelo grupo libanês em direção ao norte de Israel. Segundo o Exército israelense, a maior parte dos foguetes foi interceptada nas regiões de Haifa e Nazaré, embora alguns tenham atingido áreas civis, provocando sirenes de alerta e levando milhares de israelenses a buscar refúgio em abrigos antiaéreos. Um dos ataques deixou três feridos em Kiryat Bialik, onde um foguete atingiu uma área próxima a um prédio residencial.

De acordo com o porta-voz do Exército Israelense, tenente-coronel Nadav Shoshani, "milhares de civis foram atingidos por fogo em várias partes do norte de Israel". O oficial ressaltou que os ataques se intensificaram e avançaram para dentro do território israelense.

Hezbollah responde com novas armas

Em resposta aos ataques israelenses, o Hezbollah declarou que lançou novos mísseis Fadi 1 e Fadi 2 contra a base aérea de Ramat David, perto de Haifa. O grupo afirmou que os bombardeios são uma retaliação aos contínuos ataques israelenses no Líbano, que teriam causado a morte de civis. As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que 16 combatentes do Hezbollah foram mortos em recentes bombardeios, incluindo Ibrahim Akil, comandante da Força Radwan, unidade de elite do Hezbollah.

Explosões e bombardeios em Beirute

Os ataques se intensificaram após a explosão de dispositivos eletrônicos de comunicação do Hezbollah em diversas localidades do Líbano. As explosões, ocorridas entre os dias 17 e 18 de setembro, resultaram na morte de 37 membros do grupo e deixaram 3 mil feridos. Israel não confirmou a responsabilidade pelas explosões, mas o incidente gerou uma forte retaliação do Hezbollah.

Na sexta-feira, 20 de setembro, um bombardeio aéreo israelense destruiu um prédio de oito andares em Beirute, matando vários membros do Hezbollah que estavam reunidos no local. O ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, atualizou o número de vítimas para 45 mortos e 68 feridos.

Posicionamento de Israel

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou em um vídeo publicado nas redes sociais que os recentes ataques do Hezbollah "não ficarão sem resposta". Ele destacou que o Exército de Israel continuará a agir para proteger seus cidadãos e que as operações contra o Hezbollah e outros grupos terroristas na região vão se intensificar. "Se eles não entenderam a mensagem, eu prometo que eles vão entender", disse Netanyahu.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, acrescentou que os recentes bombardeios visam desarticular a cadeia de comando do Hezbollah e prevenir futuras incursões no território israelense. Gallant também indicou que a guerra de Israel está se movendo para o norte, com foco no Líbano, em uma nova fase do conflito.

Histórico de confrontos

A troca de ataques entre Israel e o Hezbollah ocorre em meio à guerra iniciada entre Israel e o Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza. Desde o ataque inicial do Hamas em outubro do ano passado, que resultou na morte de 1,2 mil israelenses, Israel tem conduzido uma ofensiva em Gaza, que segundo autoridades locais resultou em mais de 40 mil mortes, incluindo combatentes e civis.

As ações em Gaza e no Líbano indicam uma escalada regional, com ambos os lados aumentando o nível de suas operações militares.