Evento digital destaca grande potencial no mercado brasileiro de videogames

Aproximadamente 72% dos habitantes do Brasil costumam jogar videogames, de acordo com dados da Apex

Por Plox

22/10/2021 20h01 - Atualizado há quase 3 anos

Entre os dias 20 e 24 de setembro, a Embaixada Brasileira no Japão promoveu a "Brazilian Game Week" em parceria com a Abragames (Associação Brasileira de Desenvolvedores de Jogos Eletrônicos) e a Apex (Agência Brasileira de Promoção e Exportações de Investimentos). O evento digital ocorreu simultaneamente em mais de 20 países, com o objetivo de divulgar o talento e trabalho de estúdios e desenvolvedores do país.

Aproximadamente 72% dos habitantes do Brasil costumam jogar videogames, de acordo com dados da Apex. Nosso país representa cerca de US$1,7 bilhão dessa indústria globalmente. A agência vem promovendo o Brasil Game Show com a Abragames desde 2014, sendo considerada a maior convenção de jogos eletrônicos da América Latina. Já no exterior, o potencial do mercado nacional não passa despercebido, e os muitos jogadores já atraíram inclusive os sites de cassinos virtuais. Além dos bônus de cassino online, as plataformas de jogatina oferecem uma interface completamente em português, e muitas têm um atendimento de 24 horas, uma grande variedade de jogos e formas de pagamento.

Já os desenvolvedores e estúdios brasileiros, como o Aquiris Game Studio, de Porto Alegre, estão brilhando internacionalmente. Desde 2014, as exportações de jogos aumentaram em aproximadamente de 600%, e hoje, 90% dos nossos estúdios exportam os seus serviços. Alguns exemplos de jogos e empresas exportados são "Sky Racket", da Double Dash Studios e "Dandara", do estúdio Long Hat House.

 

“Brazilian Game Week”

O evento que ocorreu no mês passado promoveu o game “Made In Brazil”. João Eduardo Martins, o representante da embaixada do Brasil em Tóquio, que criou o projeto, comentou que "o Japão tem uma relação cultural muito forte com os jogos eletrônicos. A epidemia alavancou a venda e o uso de jogos no mundo inteiro. O Brasil surfou nessa onda e aproveitou essa oportunidade. A venda de jogos e consoles brasileiros aumentou no país e no mundo".

A “Brazilian Game Week” pôde ser acompanhada nas redes sociais das embaixadas brasileiras, apresentando um tema diferente por dia. No primeiro dia (20), apresentadores e palestrantes fizeram um apanhado sobre a indústria de videogames, nomeando alguns dos estúdios, as estruturas de suporte e financiamento que eles recebem, alguns grandes eventos do mercado e cursos universitários especializados.

No segundo dia (21), o evento focou em apresentar os games brasileiros de maior destaque, como os que foram sucesso de público e crítica por seus gráficos, suas mecânicas originais, ou a jogabilidade divertida. No dia 22, o foco foi dado aos eSports, ou esportes eletrônicos. Durante este dia, se discutiu a tendência do Brasil de continuar se destacando no número de jogadores profissionais e audiência, principalmente após as medidas de isolamento.

No quarto dia (23), o tema foram os “jogos sérios” - ou seja, aqueles jogos que podem ser usados como suporte para diversas atividades nos setores da economia. Games que apoiem a educação, formação e capacitação de profissionais, e treinamento para trabalhar em áreas do conhecimento são exemplos. Por fim, o dia de fechamento (24) focou na realidade virtual e nos esforços mais recentes nesse segmento, inclusive jogos premiados e como a tecnologia pode ser usada como instrumento de inovação. 

Trabalho terceirizado

Segundo João Eduardo Martins, muitos profissionais daqui são contratados como trabalhadores terceirizados de empresas no exterior, criando partes específicas do jogo, como código, ilustração e modelagem em 3D. "Existe uma falta de conhecimento sobre a indústria e o jogo brasileiro. Há uma oferta imensa de jogos lançados em todo o mundo, nas mais diversas plataformas, e muitas vezes esses jogos são brasileiros, mas o jogador não reconhece a origem", comentou ele. "Nossa ideia foi destacar a qualidade do jogo brasileiro e o seu desempenho. Este é o caso das desenvolvedoras brasileiras, mas também dos profissionais que trabalham na indústria de jogos, que codificam, desenham ou produzem a trilha sonora".

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