Guedes fica; Bolsonaro se reúne com ministro da Economia e tranquiliza mercado financeiro

Em um pronunciamento à imprensa, ao lado de Paulo Guedes, Bolsonaro comentou a atual situação do país e sobre a possível saída do ministro, negada pelo presidente

Por Plox

22/10/2021 18h54 - Atualizado há mais de 2 anos

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, visitou o Ministério da Economia, onde se encontrou com o ministro, Paulo Guedes, na tarde desta sexta-feira (22).
O encontro serviu para dissipar rumores de uma possível saída do ministro do governo de Bolsonaro.

Em um pronunciamento à imprensa, ao lado de Paulo Guedes, Bolsonaro comentou a atual situação do país e sobre a possível saída do ministro. O presidente da República disse que conheceu Paulo Guedes antes das eleições e tem confiança absoluta no atual ministro, mesmo diante das aflições que o governo passa atualmente.

As informações que temos de bastidores diretamente de Brasília são de que ocorreu uma discussão entre Jair Bolsonaro e Paulo Guedes na quinta-feira (21). Guedes teria até mesmo pedido demissão do cargo, por não concordar com a forma defendida pelo presidente na questão de ”gerenciar” o teto de gastos para gerar recursos para Auxílio Brasil, o programa que substitui o antigo Bolsa Família. Guedes também teria se sentido desamparado ao ser informado da demissão de seus principais secretários.

 

Presidente Bolsonaro e ministro Guedes, durante entrevista
Presidente Bolsonaro e ministro Guedes, durante entrevista - Foto: reprodução TV BRasil

 

Bolsonaro teceu elogios ao ministro. "Ele assumiu em 2019, fez o primeiro trabalho naquele ano, nossa economia estava indo muito bem quando começou 2020, a questão da pandemia. Uma incógnita para o mundo todo. Muitas medidas tomadas no ano passado abalaram a economia, como a política do fique em casa, a economia a gente vê depois”, falou o presidente.

 

O programa

O governo anunciou nesta semana que cada família inscrita no programa Auxílio Brasil receberá, pelo menos, R$ 400,00 (quatrocentos reais) por mês em 2022.

Na última quinta-feira (21), a comissão na Câmara para avaliar a PEC dos precatórios, isto é, as dívidas impostas à união decorrente de decisão judicial, definiu um limite para os gastos com esses precatórios.

O texto aprovado pela comissão libera em torno de 84 bilhões para os gastos do próximo ano, 2022.

A saída de quatro secretários da área fiscal da pasta da Economia, que alegaram motivos pessoais, foi mais um dos motivos que deixou o mercado financeiro conturbado.

 

“Culpa da pandemia”
Durante a sua fala no Ministério da Economia nesta tarde em Brasília, o presidente Bolsonaro colocou a culpa da atual situação econômica brasileira na pandemia de Covid. Segundo o presidente o governo atuou atendendo os mais necessitados, conhecidos como “invisíveis”. "Gastou-se aproximadamente 300 bilhões de reais., Também entramos em campo, porque perdeu se muitos empregos em março e abril e nós entramos em campo não só para recuperar estes empregos, mas bem como para evitar que novos empregos fossem destruídos."

O presidente abordou ainda a questão dos empregos. “Terminamos 2020 com mais pessoas com carteira assinada do que 2019. No corrente ano já foram criados mais de 2 milhões de empregos. A economia realmente, como falava o Ministro Paulo Guedes, voltou a viver”, declara.

Bolsonaro, porém, disse reconhecer vários problemas. “Tem muita gente tendo problemas.Agravou-se a questão da inflação chegando aos 2 dígitos. Isso não é exclusivo do Brasil, o mundo todo vive este problema. Como o Reino Unido, por exemplo, a  Europa quase todo”, disse.

Segundo Bolsonaro, o Brasil é um dos países que, na economia, é um dos que menos está sofrendo.


Sobre o Auxílio Brasil, Bolsonaro fez questão de assegurar que o programa será tratado de forma “responsável” pelo Governo Federal. “Ontem chegou se um valor. Eu deixo claro aos senhores: este valor decidido por nós tem responsabilidade. Não queremos colocar em risco nada no tocante a economia. A responsabilidade é do Governo Federal, é minha”, afirmou.


Sobre a questão dos constantes aumentos no preço dos combustíveis, Bolsonaro também se pronunciou. “Sabemos que estamos na iminência de ter mais um reajuste do combustível. E quando vai pro diesel sabemos que influência diretamente na inflação”, disse o presidente, para justificar sua intenção de gerar um auxílio também para os caminhoneiros.


“Nós entendemos que a economia está ajustada, não existe solavanco. Queremos o bem do Brasil e este é nosso objetivo”, disse o presidente sinalizando querer tranquilizar as pessoas sobre as turbulências do mercado.
 

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