Desafios e obstáculos: BR-381 enfrenta adiamento de leilão devido a altos custos e complexidades

Ausência de interessados no leilão da 'Rodovia da Morte' destaca os desafios de desapropriações e custos elevados de obras

Por Plox

22/11/2023 09h00 - Atualizado há mais de 1 ano

A BR-381, conhecida como 'Rodovia da Morte' devido ao grande número de acidentes, enfrenta agora um novo obstáculo: o adiamento do leilão para sua concessão e administração. O leilão, que estava programado para acontecer na Bolsa de Valores de São Paulo, foi adiado pela terceira vez devido à falta de interesse das empresas. Este trecho da rodovia, localizado entre Belo Horizonte e Governador Valadares, é conhecido por seus desafios de engenharia, desapropriações e altos custos.

Créditos: PRF Divulgação

Complexidades e Desapropriações

Paulo Resende, especialista em logística, transporte e planejamento de operações da Fundação Dom Cabral, aponta a complexidade da rodovia. Ele destaca que, pelo contrato de concessão, as empresas interessadas teriam que realizar desapropriações e reassentamentos de cerca de 800 famílias antes mesmo de iniciar os investimentos. Além disso, a cobrança de pedágio só seria permitida um ano após os investimentos, aumentando o risco do projeto.

Custos Elevados da Duplicação

Fernando Marcato, ex-secretário de Infraestrutura de Minas e especialista em concessões, ressalta que a duplicação da BR-381 é mais cara em comparação com outras rodovias do país. A geologia desafiadora da região eleva os investimentos necessários. Marcato sugere que parte dos investimentos seja postergada ou que o governo aporte recursos na concessão para torná-la mais viável.

Impacto para Motoristas e Alternativas

Recentemente, a Itatiaia documentou as dificuldades enfrentadas por quem transita pela BR-381. O caminhoneiro Júlio Lessa e o borracheiro José do Carmo relataram problemas como buracos no asfalto, pneus estourados e rodas destruídas, refletindo o estado precário da rodovia.

Após o fracasso do leilão, o Governo Lula descartou a possibilidade de realizar o processo ainda este ano. A gestão atual pretende dialogar com o Tribunal de Contas da União para criar condições favoráveis para um novo leilão, possivelmente no primeiro semestre do próximo ano.

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