Julgamento de Bolsonaro e demais indiciados pode ocorrer em 2025
Após chegar ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da investigação, o caso será enviado ao procurador-geral da República, Paulo Gone
Por Plox
22/11/2024 07h28 - Atualizado há cerca de 1 mês
O inquérito da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito será encaminhado nos próximos dias à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Processo segue para análise da PGR
Após chegar ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da investigação, o caso será enviado ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele terá um prazo de 15 dias para decidir se formaliza denúncia contra os indiciados ao STF. Durante esse período, as defesas dos acusados também poderão apresentar suas manifestações.
Com o recesso de fim de ano no STF, que começa em 19 de dezembro e vai até 1º de fevereiro de 2025, espera-se que um possível julgamento das denúncias pela Corte aconteça apenas no próximo ano.
Novo depoimento de Mauro Cid
Nesta semana, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestou novo depoimento ao STF para esclarecer supostas omissões e contradições apontadas pela PF em sua oitiva anterior, realizada na última terça-feira (19).
Após o depoimento, o ministro Alexandre de Moraes manteve os benefícios do acordo de delação premiada de Cid, avaliando que ele esclareceu os pontos pendentes. O relato atualizado foi enviado novamente à PF para complementar as investigações.
Investigações sobre a trama golpista
De acordo com a Operação Contragolpe, uma das reuniões para planejar ações golpistas ocorreu na residência do general Braga Netto, em Brasília, em 12 de novembro de 2022. Mauro Cid, apontado como participante dessa reunião, negou qualquer envolvimento em um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Ainda em 2022, Cid firmou um acordo de delação premiada com a PF, comprometendo-se a detalhar casos de irregularidades ocorridos durante o governo Bolsonaro, incluindo a venda de joias sauditas e fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente.