PF avança contra Bolsonaro: julgamento de denúncia pode ficar para 2025

O inquérito da Polícia Federal que indiciou Jair Bolsonaro e outros 36 suspeitos por tentativa de golpe de Estado e suposta abolição violenta do Estado Democrático de Direito avançou para a próxima etapa. O documento será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), onde o procurador-geral Paulo Gonet decidirá se apresentará denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Possibilidade de julgamento em 2025
Com o fim do ano se aproximando e o recesso do STF programado para começar em 19 de dezembro, a análise de qualquer denúncia formalizada pela PGR ficará para 2025. Até lá, o prazo de 15 dias será utilizado para que Gonet e as defesas dos indiciados se manifestem. Alexandre de Moraes, ministro relator do caso, está acompanhando a tramitação.

Depoimento de Mauro Cid esclarece contradições
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestou novo depoimento ao STF em 21 de novembro. Ele respondeu sobre possíveis omissões e contradições em relação ao depoimento anterior dado à Polícia Federal dois dias antes. Após a audiência, Alexandre de Moraes decidiu manter os termos do acordo de delação premiada do tenente-coronel, entendendo que as inconsistências foram devidamente esclarecidas.

Esse depoimento será analisado pela Polícia Federal para complementação das investigações. No entanto, Cid reiterou que não tinha conhecimento do suposto plano de assassinato envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Moraes.

Investigações da Operação Contragolpe
As apurações da Polícia Federal apontam que uma reunião relacionada ao plano golpista teria ocorrido em 12 de novembro de 2022, na residência do general Braga Netto, em Brasília, com a participação de Mauro Cid. A Operação Contragolpe segue aprofundando as investigações sobre o suposto esquema.