Tiro de fuzil interrompe sonho de menino que queria ser goleiro em Duque de Caxias,RJ
Criança baleada na perna enquanto jogava bola está internada em estado estável; moradores denunciam disparo por policiais militares
Por Plox
22/11/2024 08h20 - Atualizado há cerca de 1 mês
Caio da Rocha, de 11 anos, sonhava em ser goleiro, mas teve seu futuro interrompido de forma violenta na última quinta-feira (21). O menino foi atingido por um tiro de fuzil na perna enquanto jogava bola em um campinho no bairro Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Agora, ele está internado na emergência pediátrica do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, onde passou por cirurgia e segue em estado estável.
"Deram um tiro na perna do meu filho, pensando que meu filho era traficante. O sonho dele era ser goleiro. Ele treina para ser goleiro. E agora? Onde vai ficar o sonho do meu filho?", desabafou Luciano Santos da Rocha, pai de Caio.
Relatos sobre o incidente
Segundo testemunhas, o disparo aconteceu durante uma incursão policial. Moradores afirmaram que policiais militares saíram de dentro de uma mata atirando, provocando pânico no local. Um dos disparos atingiu a perna de Caio enquanto ele tentava fugir junto com outras crianças.
"Ele estava jogando bola no campinho. Aí, quando começou a dar, como foi muito tiro, ele simplesmente tentou correr junto com as crianças. E ele pegou e tomou um tiro na perna. Às 17h, apareceram policiais e deram um monte de tiro? Eles não viram quem estava na rua? Tinha um monte de criança, um monte", relatou um morador que preferiu não se identificar.
Moradores protestam contra violência
O episódio gerou revolta na comunidade. Durante a noite, moradores fecharam uma das pistas da BR-040, atravessaram um ônibus e atearam fogo em objetos para protestar contra a violência na região. Familiares acusam diretamente os policiais militares de terem feito o disparo que feriu o menino.
20 crianças baleadas em 2024 na Região Metropolitana
O caso de Caio da Rocha é o 20º envolvendo crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro em 2024, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. Destas, 17 ficaram feridas, e 3 morreram, destacando o impacto trágico da violência armada sobre menores em áreas de conflito.